A pandemia do novo coronavírus mudou a forma como as pessoas consomem produtos e serviços. Uma pesquisa realizada pela empresa Neotrust afirma que nos primeiros meses de 2021 foram realizadas 78,5 milhões de compras on-line. Mesmo com o alto índice de compra, o brasileiro está cada vez mais preocupado com as finanças e na forma como administra o dinheiro.
Os desafios para manter o ritmo econômico estável são grandes. Com o aumento da inflação oficial do país de 5,97% para 6,07%, e o desemprego recorde no 1º trimestre deste ano (14,7%), economizar e deixar as contas em dia requer conhecimento financeiro e muita disciplina.
A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) conceitua a educação financeira como uma habilidade de entender como o dinheiro funciona e, assim, se tornar capaz de fazer escolhas de forma bem informada.
E essas escolhas começam em casa desde cedo. Um estudo da University of Cambridge defende que as crianças formam boa parte dos seus conceitos e hábitos financeiros até os 7 anos de idade. Ensiná-las desde cedo a importância de cuidar do próprio dinheiro pode ajudar a mudar a relação que desenvolvem na vida adulta. Portanto, ensinar sobre dinheiro a uma criança auxilia na relação que futuramente elas construirão com suas finanças.
O professor e educador financeiro Edisio Freire salienta a importância da inserção da educação financeira na vida das crianças. “Assim como é ensinado a se comportar na casa do amigo, na escola, é preciso educar também o ponto de vista financeiro. Estabelecer certos limites, fazer brincadeiras e jogos que envolvam desafios pra conquistar determinado objeto, ensinar a usar o cofrinho e não somente falar sobre isso. Hoje a grande questão de se ter jovens e adultos descontrolados financeiramente é porque na infância não vivenciaram essas atitudes”, afirma o educador.
Na visão do educador Freire, “é preciso trabalhar, junto à criança, a sensação de que se guardar ou poupar um pouco do que tem, seja um biscoito ou um brinquedo, ela vai crescer e conseguir entender a importância de economizar e isso vai ser refletido na responsabilidade com o seu dinheiro, tornando-o assim um adulto educado financeiramente”.
Pensando nisso, separamos algumas dicas de como inserir a educação financeira na vida das crianças:
Quanto mais cedo a criança aprende sobre o valor de guardar ou economizar o dinheiro, melhor. Mesadas, trocos ocasionais ou o dinheiro da semana são ótimas oportunidades para inserir o assunto na rotina. Dessa forma, os pequenos podem desenvolver melhor a consciência da importância do controle financeiro.
As crianças não têm consciência que o dinheiro é limitado, por isso, a prática das compras ocasionais e bem planejadas é uma ótima estratégia. Nesse cenário, uma boa tática é estipular um limite baixo para a criança. Isso vai fazer com que ela foque no que realmente quer comprar com aquele dinheiro.
Crianças são esponjas e absorvem tudo o que presenciam. Sendo assim, é muito importante que o exemplo venha de pessoas que vivem em seu cotidiano. Viver uma vida de acordo com os valores que se quer passar adiante é o diferencial. As crianças aprendem pela intuição e, principalmente, pela prática.
Antes de mais nada, atitudes e valores sociais relacionados à vida financeira só serão incluídas na vida de uma criança se ela estiver integrada nas atividades financeiras da família. Então, levá-las ao mercado para fazer compras, além de ser uma experiência divertida pode ajudar no desenvolvimento financeiro delas.
É sempre melhor que as crianças ouçam mensagens boas sobre o dinheiro. Sempre que for questionado por algo, faça o possível para responder de forma que elas entendam. Explique sempre como o dinheiro é importante e como é preciso trabalhar para obtê-lo. Não se esqueça de dizer que nem sempre é possível gastar tudo o que tem, é necessário economizar.
Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostram que 43% dos brasileiros sempre fecham o ano com dívidas. Sendo assim, apenas 57% dos brasileiros sabem se organizar financeiramente. Portanto, nunca é demais falar com os filhos sobre dinheiro. Ensinar sobre finanças pode transformá-los em adultos que sabem lidar com a própria administração financeira.
Fonte: Agência Educa Mais Brasil
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