Uma turma de 13 mulheres venezuelanas recebeu o certificado de “Pedreira de Revestimento Cerâmico”, em Boa Vista. O curso foi uma parceria entre a Visão Mundial e Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra).
A iniciativa começou em setembro e teve duração de 160 horas. Agora, as participantes podem nivelar piso, colocar cerâmica, fazer contrapiso e rodapé. Como resultado, para testar os conhecimentos, elas construíram um piso na sede da Adra, em Boa Vista.
Entre as novas pedreiras certificadas está Linda Cristal Bello, de 36 anos. Depois que coincluiu o curso, a mulher projeta um novo futuro: construir a casa quando voltar para a Venezuela, onde deseja morar com os cinco filhos.
“Nunca havia feito esse tipo de serviço. Foi um desafio, algo totalmente novo, uma experiência bonita em que aprendi muito. No início foi difícil, agora está sendo fácil”, disse.
O professor João Jackson, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), foi responsável por ministrar as aulas. De acordo com o professor, o mercado tem se tornado competitivo e exige uma mão de obra qualificada. Além disso, afirma que a área está abrindo as portas e contratando mais mulheres.
“A expectativa é que elas possam progredir e reconstruir a vida. O curso é um pontapé, teve a parte prática, cálculo, orçamento. Procuramos transmitir todo o conhecimento da área da construção civil. Foi um curso completo”, avalia.
As duas organizações promovem acolhimento a migrantes e refugiados venezuelanos no estado. Os certificados foram entregues em 20 de dezembro.
Mulheres no mercado
Assim como o professor, a coordenadora do projeto “Ven, Tú Puedes!” em Roraima, da Visão Mundial, Barbára Gil acredita que a preparação das mulheres descontrói o preconceito de que o serviço é feito apenas por homens.
“Todos somos capazes de fazer qualquer tarefa. Sabemos que algumas carreiras conseguem trazer um retorno financeiro maior, como é o caso da construção civil. Dessa forma, as mulheres podem estar em áreas nas quais não eram vistas atuando. Nosso objetivo é fazer com que elas entrem no mercado”, afirmou.
Este é o caso de Maria Revenga, de 46 anos. Conforme a mulher, que tem uma filha de três anos, ela espera uma vaga de pedreira desde que chegou no Brasil, há seis meses. Mas, relembra que na Venezuela não teve uma oportunidade semelhante e quer colocar em prática o que aprendeu.
“O professor foi muito bom. Para esta profissão é preciso muita matemática. Sou formada em enfermagem, não estou exercendo, mas graças a Deus com esse curso de pedreira estou mais qualificada para conseguir um emprego”, finalizou.
Fonte: Da Redação