A gasolina tem se tornado, nos últimos meses, um dos principais vilões do orçamento familiar. Com os últimos reajustes, o combustível custa até R$ 6,09 em Boa Vista, para quem vai pagar no cartão de crédito.
Quem se arrisca a comprar no débito ou em dinheiro consegue um valor mais em conta, a R$ 5,99, um aumento de quase 25 centavos em apenas uma semana.
O último reajuste de 7,2% foi anunciado pela Petrobras na sexta-feira (8), o décimo neste ano feito pela refinaria. Assim, o preço médio saiu de R$ 2,78 para R$ 2,98 por litro.
Além da gasolina, a estatal também aumentou o preço do gás de cozinha. O preço médio passou de R$ 3,60 para R$ 3,86 por kg.
Conforme a Petrobras, o reajuste é um reflexo dos valores internacionais do petróleo. Ou seja, os preços acompanham o mercado exterior do produto, bem como a taxa de câmbio do dólar.
Levantamento
Por conta disso, em levantamento feito pelo Roraima em Tempo nos bairros Paraviana, Canarinho, São Francisco e Aparecida, o preço da gasolina ultrapassou os R$ 6.
O preço mais baixo foi de R$ 5,87 no bairro Aparecida. Por outro lado, o valor mais alto foi R$ 6,09. Além disso, a reportagem também registrou postos com gasolina a R$ 5,95.
De acordo com ela, a gasolina pode ser considera uma “vilã” das contas de casa. Contudo, a diferença dela para outros produtos é que não dá para substituir por outro semelhante.
“Com os preços altos, o que a gente faz? A gente vai para produtos substitutos. Por exemplo, da carne de primeiro descemos para carne de segunda, depois troca pelo frango, vai para o peixe, se a manteiga está cara vamos para a margarina. Com a gasolina não tem isso”, fala.
O escape é procurar alternativas que amenizem o impacto no orçamento, como: diminuir as saída, procurar uma rota menor ou conseguir carona.
Gasolina e mudança de rotina
De acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a média dos preços no município era de R$ 5,74, entre os dias 3 a 9 de outubro, antes do reajuste anunciado e ser aplicado.
Devido à alta no preço do combustível, um trabalhador do setor privado, que preferiu não se identificar, contou à reportagem que precisou mudar a rotina e tem repensado o uso do carro.
Ainda de acordo com ele, o aumento impacta também na alimentação e outros gastos. “É preocupante! Não vejo os governantes fazendo algo para melhorar esse cenário. As coisas estão ficando caras e difíceis de se manter”, diz.
Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que inflação no país teve alta de 1,16% em setembro, a maior para o mês desde 1994.
Um dos reflexos para isso é o preço do combustível. Conforme o instituto, em 12 meses, a gasolina já aumentou 39,60% e o etanol, 64,77%.
Fonte: Josué Ferreira, Samantha Rufino