Localizada na Comunidade Serra da Moça, na zona Rural de Boa Vista, a Escola Estadual Indígena Adolfo Ramiro Levi encontra-se desassistida pelo Governo do Estado, conforme os moradores. Alunos e professores sofrem com a falta de transporte, merenda de qualidade e infraestrutura. O Roraima em Tempo foi à localidade na manhã desta segunda-feira (15).
A escola foi fundada em 2006 e conta com 130 alunos do ensino fundamental do 1º e do 2º segmento. Da mesma forma, a instituição atende aos alunos do ensino médio regular e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A escola recebe alunos de diversas comunidades como Serra do Truaru, Morcego e Anzol. Dessa forma, grande parte dos alunos precisam do serviço de transporte escolar, que atualmente não está funcionando.
De acordo com o tuxaua, Alexandro Chagas, uma empresa chegou a enviar duas kombis para a escola, mas conforme a comunidade, os veículos estavam em péssimo estado. Além disso, não atenderiam toda a demanda.
“A situação das kombis não ajudavam também. Muito complicado. Já eram bastante usadas e a gente viu que não daria certo atender. Nós enquanto pais, enquanto comunidade solicitamos que a empresa não fizesse o atendimento”, disse o tuxaua.
Nesse sentido, 118 membros da comunidade escolar entre pais e professores, assinaram um documento onde informaram que não aceitariam os veículos. O documento foi entregue na Secretaria de Estado da Educação (Seed) e recebido pelo chefe da pasta, Nonato Mesquita.
Como resultado, dois ônibus do programa federal Caminhos da Escola foram enviados à unidade. No entanto, após uma semana de funcionamento, um dos veículos apresentou problemas mecânicos e precisaram trazê-lo à Boa Vista.
O segundo ônibus continuou a cumprir as rotas até o seu combustível acabar. O responsável pelo fornecimento afirmou que só enviaria o combustível dos dois ônibus juntos. Ou seja, enquanto o transporte quebrado não voltar da oficina, o outro segue parado em frente à escola.
O estudante do ensino médio Daniel Farias, de 17 anos, quer fazer medicina, mas de acordo com ele, as condições de ensino na escola não favorecem sua formação.
“A situação da minha escola atualmente está meio difícil. Meio difícil de a gente poder ter um estudo adequado, porque a falta de merenda, a falta de transporte e a falta de reforma na escola prejudicam nós alunos. Como a gente vai poder ter um ensino em meio a essas dificuldades?”, explicou o aluno.
Pela falta de transporte, Daniel precisa ir de pé até a escola em um percurso com duração média de 1h30 sob o sol.
“As vezes a gente não vem pra escola por conta do transporte, ou por causa do clima, por que a gente vem de pé e isso é muito cansativo para nós”, finalizou.
Por outro lado, um outro problema enfrentado diariamente por alunos e professores da instituição é a falta de merenda. Eles afirmam que já passaram 15 dias sem receber insumos. E que os professores tiveram que ajudar na alimentação com recursos próprios.
De acordo com a professora de História e Geografia, Valdelia Silva, a alimentação que vem não é suficiente para suprir a demanda da escola. Ela afirma também que nem sempre os insumos necessários são entregues.
“A merenda em nossa escola está muito precária. Quando vem, vem quatro frangos para 15 dias para uma escola de 130 alunos. Vem um litro de óleo, 2 k de cada alimento. Então a gente faz o possível aqui”, relatou.
A professora disse ainda que na última entrega de merenda escolar, a escola recebeu apenas pimenta, batata doce, macaxeira e dois sacos de milho.
Do mesmo modo, a estrutura física da escola não apresenta condições mínimas de conforto aos alunos. Teto com infiltração, salas sem janelas e ventiladores bem como centrais e mesas quebradas são problemas com os quais os alunos convivem diariamente.
O estudante de ensino médio João Vitor de Souza, de 16 anos, quer cursar Engenharia. Assim como Daniel, ele se sente prejudicado pela estrutura da escola. “A estrutura é bem precária. Não tem ventilador. A tarde é bastante quente e as cadeiras são bastante velhas”.
O tuxaua Alexandro Chagas lembrou dos recursos garantidos pela deputada federal Joênia Wapichana (Rede), ainda em 2020.
A deputada trouxe uma emenda no valor de RS 44 milhões, com o objetivo de reformar as escolas indígenas.
“Desde 2020 a gente já soube que tem esse recurso. Passamos ainda um ano aguardando a autorização da Funai [Fundação Nacional do Índio], mas agora a Funai já autorizou a reforma da escola. E aí nós já vamos caminhando para quatro anos com esse recurso em mãos, mas não vemos o início da reforma”, completou o tuxaua.
A redação entrou em contato com o Governo de Roraima, que por meio de nota, afirmou que os ônibus voltam a circular ainda nesta semana. Disse ainda que a denúncia sobre a falta de merenda escolar não procede.
Por outro lado, sobre a reforma da escola, afirmou que o projeto está em análise no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Fonte: Da Redação
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