A Universidade Estadual de Roraima (UERR) anunciou por meio de nota publicada na última sexta-feira, 5, que adotará regime de teletrabalho a partir de terça-feira, 9. A medida atinge servidores docentes, técnicos-administrativos, comissionados e bolsistas.
Segundo a instituição, a decisão foi tomada após a empresa BRS Serviços e Comércio Ltda. suspender a prestação de serviços terceirizados essenciais às unidades da universidade. A Reitoria informou que não haverá prejuízo às atividades acadêmicas e administrativas, que seguirão de forma remota.
De acordo com o edital do contrato, a empresa era responsável pela prestação de serviços contínuos de limpeza, conservação predial, apoio administrativo, recepção, vigilância patrimonial e atividades operacionais de suporte logístico nas unidades da universidade.
Ainda de acordo com a UERR, o regime de teletrabalho permanecerá em vigor por tempo indeterminado e o retorno ao trabalho presencial será comunicado oficialmente.
Em nota, a universidade afirmou que a medida busca garantir a continuidade dos serviços públicos, segurança institucional e transparência.
Informações detalhadas sobre o contrato com a empresa, incluindo valores, aditivos e prazos, constam como “fechados” para consulta pública no Sistema Eletrônico de Informações (SEI).

Crise
A Universidade Estadual de Roraima acumulou, nos últimos anos, um histórico de crises que têm como marco central a gestão do ex-reitor Regys Freitas. Sua passagem pelo comando da instituição chegou a ser alvo de investigações da Polícia Federal.
Entre os episódios está a Operação Cisne Negro, que apurou um suposto esquema de fraudes em contratos milionários da UERR. Conforme as investigações, o grupo investigado teria atuado no direcionamento de licitações, superfaturamento de obras e serviços, além de desvio de recursos públicos.
A PF apontou indícios de organização criminosa, lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Durante o cumprimento de mandados, as equipes apreenderam dinheiro em espécie, joias, relógios de alto valor e moedas estrangeiras, além de bloqueio judicial de bens.
Além disso, outro foco de apuração foi a chamada Operação Meritum, que investigou suspeitas de fraude em vestibulares e concursos públicos ligados à universidade. Conforme a Polícia Federal, havia indícios de vazamento de provas, favorecimento de candidatos e manipulação de processos seletivos, principalmente ligados ao vestibular de Medicina. Regys Freitas e familiares foram, inclusive, alvos de mandados de busca e apreensão nesse inquérito .
Fonte: Da Redação

