Estamos abordando uma série completa sobre a Ansiedade e suas consequências psicológicas e físicas, onde dividimos em “partes” para melhor compreensão dos leitores. Na Parte III abordaremos sobre as causas da ansiedade (fatores endógenos e exógenos), quando devemos acender o sinal de alerta, como ocorre o diagnóstico e severidade da patologia (doença).
Mencionamos nas “partes” anteriores que a ansiedade pode surgir por diversos fatores e que nem sempre a pessoa consegue identificar os motivos que originam a angústia ou a sensação de insegurança que sente. Todo este mal-estar pode ser provocado por estímulos endógenos (internos) ou exógenos (externos).
Os endógenos estão associados diretamente a questões biológicas, herança genética (hereditária) da pessoa ou mesmo a alterações do organismo, por exemplo as hormonais e/ou desenvolvimento de outras doenças do organismo. Já os exógeno estão relacionados a eventos que vão acontecendo ao longo da nossa vida, podendo ser de ordem pessoal como dúvidas sobre religião/religiosidade, orientação sexual, estilo de vida e assim por diante. No âmbito familiar surgem geralmente com os conflitos familiares, morte de entes queridos, etc.. Com relação aos relacionamentos, podem surgir com o término de uma relação afetiva, fim de casamento ou namoro estável, dentre outros.
No campo profissional a possibilidade de perda de um emprego, ou uma promoção, podem desencadear o processo. Ainda existe o fator social, onde as relações sociais sendo abaladas, poderão fazer surgir essa ansiedade patológica.
Interessante também ficarmos atentos ao que consumimos (alimentos e bebidas), os quais podem influenciar diretamente episódios ou perturbações de ansiedade, em particular, o uso de substâncias que alteram a consciência, como as bebidas alcoólicas ou outro tipo de drogas lícitas e ilícitas. Ressalte-se que raramente existe um único fator responsável por desencadear a ansiedade. Na maioria dos casos são vários os estímulos, que vão se somando e gerando um quadro clínico propício às reações de ansiedade.
Os quadros de ansiedade podem ocorrer a qualquer momento do dia, ou seja, depende do estímulo que a desencadeia. Até mesmo uma briga no trânsito pode desencadear episódios de ansiedade. Também são comuns a pessoa ter episódios de ansiedade ao acordar ou ao adormecer. E há uma lógica nisso, posto que, geralmente quando acordamos ou vamos dormir, somos tomados por momentos de reflexão que, dependendo da problemática surgida durante tais reflexões, pode gerar uma preocupação excessiva com o que pode acontecer no futuro, com ou sem motivo concreto ou racional.
Para o Psicólogo realizar um diagnóstico é necessário recolher muitas informações, as quais são obtidas durante o processo de anamnese (história de vida da pessoa). Nesse momento o Psicólogo estará atento as reações do paciente enquanto este faz sua narrativa, explorando os momentos em que a pessoa afirma sentir o mal-estar associado a ansiedade. Também, poderão ser realizados testes psicológicos para auxiliar o processo, visando descartar outras doenças cujos sintomas guardam alguma semelhança com os da ansiedade. Esse diagnóstico deve ser sempre realizado por um profissional da Psicologia ou mesmo de um Psiquiatra.
A ansiedade pode se apresentar em diferentes graus, podendo ser adaptativa ou patológica. Se a ansiedade é uma resposta ligada a períodos de adaptação, com sintomas leves, que estimula a agir, planejando e executando alguma ação, então é considerada positiva. Já na ansiedade patológica os sintomas evoluem e possuem uma severidade elevada, tem frequência e de difícil controle, causando mal-estar relevante a nível físico, cognitivo, comportamental e social. Existem escalas/testes que ajudam o Psicólogo a perceber o grau de severidade. Porém, as queixas do paciente e as consequências que os sintomas provocam, é que o diagnóstico de perturbação de ansiedade é realizado, bem como, identificada sua gravidade.
Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a saúde mental saudável, principalmente em meio à pandemia da Covid-19. Consultas pelo telefone (95) 99144-1131