Ansiedade e suas consequências psicológicas e físicas (Parte IV)

Na Parte IV sobre a “Ansiedade e suas consequências psicológicas e físicas”, iremos abordar sobre as complicações da ansiedade e forma de tratamento. O problema da ansiedade surge quando passa a ser crônica, tornando-se um elemento do funcionamento da pessoa, provocando as mais variadas incapacidades no dia a dia. Podemos exemplificar com um destes casos que é a Perturbação de Ansiedade Generalizada, a qual poderá acompanhar a pessoa ao longo de sua vida, variando na gravidade dos sintomas. Nestas situações onde a pessoa sofre de ansiedade crônica e incapacitante, deve de forma urgente buscar ajuda especializada, onde o Psicólogo através de tratamento e de estratégias adequadas, poderá melhorar a qualidade de vida do paciente.

Quanto as complicações estas podem ser sentidas em diversos níveis e possuir diferentes graus de severidade. No entanto, é imprescindível que se faça uma intervenção precoce com ajuda do Psicólogo, o qual através de técnicas terapêuticas, ajudará o paciente a compreender o que está acontecendo, possibilitando que a pessoa descubra o(s) motivo(s) que estão levando a esta ansiedade descontrolada e, ajudá-lo a saber lidar com os sintomas, objetivando reduzi-los a patamares aceitáveis.

Ignorar e/ou negligenciar os sinais de ansiedade, ou ainda, achar que isso é uma “fase” da vida que vai passar logo, que o caso não requer tratamento especializado, a situação pode evoluir para níveis de gravidade que são extremamente prejudiciais, não só para a saúde da mente mas também para a saúde física como já relatamos nas Partes anteriores sobre este tema.

Dentre as complicações que surgem e que estão relacionadas com a ansiedade, podemos citar: As Perturbações de Ansiedade; Ataques de Pânico; Perturbações Obsessivo-Compulsivas; Fobias; Depressão; Dependências de álcool e outras drogas; Problemas relacionais que vão afetar os diversos contextos de vida, como os familiares, profissionais e sociais; Problemas financeiros; Queda nas defesas do sistema imunológico, levando a casos de desenvolver doenças infecciosas; Maior probabilidade de instalação de doenças respiratórias, cardiovasculares, as quais afetam o coração, cérebro, artérias e veias, podendo causar Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), Infartos e ainda, doenças metabólicas como as dificuldades no processamento de certos alimentos ou substâncias); Suicídio.

Lembrando que a ansiedade é considerada como um fator de risco no mesmo nível do suicídio, não só devido ao sofrimento que os sintomas causam, mas também pelas outras consequências que a ansiedade patológica pode causar na pessoa.

A ansiedade pode se manifestar de diversas formas e a sua origem (etiologia) pode ser variada. Por isso não existe um caminho único para controlar a ansiedade, mas vários que deverão ser avaliados pelo Psicólogo, diante das características evidenciadas em cada caso. Por exemplo, em alguns casos as alterações nos hábitos do nosso cotidiano, permitem que lidemos melhor com a ansiedade, podendo minimizar ou conduzir ao desaparecimento do problema.

No entanto, em certos casos muito graves, o tratamento da ansiedade passa por uma intervenção mais especializada com abordagem conjunta entre Psicólogo e Psiquiatra. Paralelo a psicoterapia, o Psicólogo poderá encaminhar o paciente para consulta com o Psiquiatra, posto que, este profissional poderá receitar certos medicamentos de uso controlado por um certo tempo, como ansiolíticos ou benzodiazepinas (calmantes), objetivando reduzir os sintomas naquele momento de gravidade, principalmente nos casos mais agudos.

A Farmacoterapia (uso de medicamentos controlados) nunca deve caminhar sozinha, posto que não vai solucionar o problema por si só, posto que, não aborda a origem do problema, apenas vai atuar a nível dos sintomas, aliviando-os momentaneamente, porém não capacita o paciente com ferramentas para lidar com as situações da ansiedade (ansiogênicas). Dessa forma, nos casos em que a farmacoterapia é indicada, deve ser complementada com a psicoterapia.