Como funciona a consulta com o psicólogo – parte II

Na coluna anterior abordamos alguns aspectos da consulta ao psicólogo e nos comprometemos a dar continuidade na seguinte para falar sobre como são as consultas posteriores a primeira

Como funciona a consulta com o psicólogo – parte II
Psicóloga Hismayla Pinheiro – Foto: Arquivo pessoal

Na coluna anterior abordamos alguns aspectos da consulta ao psicólogo e nos comprometemos a dar continuidade na seguinte para falar sobre como são as consultas posteriores a primeira. Para retomarmos o tema, vamos relembrar sobre como funciona a primeira consulta. Na primeira consulta o Psicólogo irá fazer algumas perguntas simples como o nome do paciente, o que faz, estado civil, se tem filhos e a pergunta principal: os motivos que o levaram a procurar um Psicólogo, para em seguida iniciar a anamnese (no contexto clínico, se refere à manifestação de sintomas de um sujeito). É pela anamnese que se averigua o surgimento de sinais de uma possível complicação ou comorbidade.

Em nenhum momento das consultas o paciente não precisa ficar ansioso achando que será necessário falar sobre assuntos que considera desagradáveis ou de traumas pessoais. Um bom profissional irá conversar apenas sobre assuntos que seja necessário abordar ou que acredita ser fundamental confrontar.

Também não espere julgamentos ou opiniões pessoais sobre seu comportamento. A função do Psicólogo não é dizer se o paciente está certo ou errado, mas dar suporte para que este tome decisões importantes em sua vida.

Tempo de sessão

Quanto ao tempo/horas de cada sessão, na clínica adoto o de 50 minutos. Já o tempo/dias de psicoterapia vai depender de cada caso e da complexidade. O paciente pode chegar com uma queixa em mente, assim que entra no consultório. O psicólogo não pode simplesmente pegar esta queixa e usá-la como um rótulo para determinar o tempo/dias da terapia. Até porque o paciente pode chegar com uma queixa de tristeza profunda, e isso não faz tal paciente ser igual à outra pessoa que está em tristeza profunda também, ou seja, cada caso é um caso distinto. Logo, é inviável estabelecer um número de sessões igual para estes dois pacientes.

Portanto, não vá ao psicólogo esperando que ele tenha uma tabela de número de sessões para casos parecidos. Pois Psicólogos não tratam “casos parecidos”, mas sim, tratam casos singulares de cada pessoa.

Questionamentos

Outro fator que precisa ser considerado é quando surgem os questionamentos por parte do paciente de quantas sessões são necessárias para “ficar curado”. Por que pensar no fim antes mesmo de começar a psicoterapia? Se engana quem pensa que em uma ou duas sessões de psicoterapia poderá resolver todas as pendências de sua vida.

Não é assim que funciona. Não há como resolver em uma ou duas sessões de psicoterapia demandas de praticamente anos ou de uma vida inteira. É por isso que algumas pessoas temem a demora da psicoterapia. Não se pode colocar tudo “para fora” em poucas horas de uma psicoterapia.

Primeiro que não é possível se lembrar de tudo em tão pouco tempo para relatar ao Psicólogo. Segundo que como elaborar e reelaborar aqueles acontecimentos sofridos e não sofridos, que se vive na vida, e mais, estabelecer um tempo para o fim da psicoterapia pode provocar outro estrago: limitar a fala do paciente.

Não se pode chegar à sessão de psicoterapia sabendo que do dia da primeira consulta ao término de todo o processo, irá durar 1 ou 2 meses. Caso assim ocorra, o paciente irá focar em algo que quer ver resolvido muito rápido e muitas questões pessoais serão negligenciadas com medo de que não dê tempo de resolver a queixa principal.

Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a saúde mental saudável, principalmente em meio à pandemia da Covid-19. Consultas pelo telefone (95) 99144-1131

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