Efeitos psicológicos em crianças causados pela separação dos pais

Dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Ciência – IBGE, indicam um aumento de 16,8% no número de divórcios no Brasil, quando comparados as pesquisas anteriores. Outro dado revelado foi o tempo médio de duração dos casamentos que caiu de 15,9 anos para 13,6. Segundo a pesquisa do IBGE, os índices de separações são maiores entre casais com filhos menores de idade, atingindo 48,5% dos casos.

Estudos realizados por especialistas em Psicologia Infanto-juvenil, demonstram que a separação dos pais pode provocar diversos impactos na saúde mental de crianças e adolescentes. Os efeitos psicológicos podem mudar de acordo com o indivíduo, visto que, cada pessoa é única e reage de forma diferente diante dessas situações, pois, depende muito do tipo de personalidade, idade, ambiente familiar e a forma de como a separação foi trabalhada nessas crianças e adolescentes, podendo interferir de forma positiva ou negativa.

A separação dos pais provoca uma mudança na dinâmica familiar, ou seja, para os filhos isso representa um rompimento da família e uma mudança na dinâmica entre os membros. Nas crianças e adolescentes mais “sensíveis” e que tal separação não foi trabalhada de forma eficaz, pode provocar alguns impactos negativos à saúde mental, como tristeza, angústia, ansiedade, enfim, desencadear um “adoecimento físico e emocional”.

A separação dos pais pode provocar um desencadeamento de diversos tipos de sentimentos negativos em crianças e adolescentes, como por exemplo: raiva e ressentimento, que devido a imaturidade emocional comum da idade, os filhos podem ficar ressentidos/revoltados com os pais e até mesmo desenvolver sentimento de raiva pelos genitores. Na maioria dos casos atendidos no consultório, observamos que esses sentimentos negativos são manifestados por meio de comportamentos agressivos e atitudes desafiadoras, especialmente com os pais, podendo se estender para outras pessoas da família, e mesmo, com amigos do mesmo patamar de idade; outro sentimento negativo é a criança e/ou adolescente se sentir culpado pela separação dos pais; a baixa autoestima é algo que afeta de forma significativa essas crianças e adolescentes, onde muitas vezes passam a não confiar em seus potenciais.

Baixa estima

A baixa autoestima comumente leva esses filhos a questionar seus próprios valores e, até mesmo, suas importâncias na vida dos pais, posto que, chegam a pensar que a separação dos pais passou a interferir no amor que os mesmos sentem por eles; o baixo rendimento escolar também é um problema sério para contornar. O estresse e o abalo emocional causados pela separação dos pais, interferem diretamente na concentração, na interação com os colegas de sala de aula e com Professores; a separação dos pais também provoca uma dificuldade em relacionamentos sociais, pois é bastante comum que essas crianças e adolescentes desenvolvam dificuldades em confiar nas outras pessoas, por temerem novas perdas. Ainda, essa dificuldade em confiar pode perdurar até na fase adulta se o trauma da separação dos pais não for superado, visto que, geralmente filhos de pais separados costumam ter dificuldade em estabelecer vínculos afetivos.

Alguns sinais dados por crianças e adolescentes devem acionar nos pais o alerta, como alterações frequentes no humor (tristeza, raiva ou ansiedade); mudanças de comportamento (isolamento ou regredir em alguns comportamentos); dificuldades na escola (queda no desempenho ou desinteresse por atividades antes prazerosas). Ao detectar esses comportamentos, os pais devem buscar ajuda de profissional da Psicologia.