Segundo a OMS, a adolescência é uma fase do desenvolvimento humano que tem início aos 11 anos, mas seu término é na maioria das vezes incerto. É um momento de construção histórico/social, somando-se a isto, ocorre a puberdade, que se caracteriza pelas transformações biológicas que levam à capacidade reprodutiva. O corpo, voz, enfim, ocorrem mudanças significativas no organismo.
Por sua vez o cérebro muda mais ainda e, com ele, muda o jeito de pensar, sentir e agir daqueles que até então, eram crianças bastante dependentes dos pais. O cérebro humano não nasce pronto, sofrendo transformações ao longo dos anos. As conexões cerebrais vão se formando a depender do quanto são estimuladas e, o amadurecimento total dessa complexa rede de neurônios só ocorre por volta dos 24 anos.
Com esse “desenvolvimento do cérebro, os adolescentes já são capazes de pensar de forma abstrata, dedutiva e hipotética e, de praticar a empatia, percebendo que diferentes pessoas podem ter pontos de vista distintos diante de uma mesma situação. O desenvolvimento de habilidades sociais desperta a curiosidade por novos temas, mas também, induz ao gosto pela discussão, manifestado por atitudes contestatórias e reivindicatórias que, muitas vezes levam os mais velhos a denomina-los de “aborrecentes”.
As reações emocionais são intensas nessa fase da vida, como mudanças repentinas e imprevisíveis de humor, às vezes acompanhadas de agressividade, são bastante frequentes, no entanto, em sua maioria, representam a insegurança e a ansiedade diante de tantas situações novas, que geram dúvidas e provocam transformações.
A inconstância que assusta os familiares é a mesma que o adolescente sente e com a qual nem sempre sabe lidar.Não saber lidar com estes novos momentos, levam o adolescente a momentos de tristeza ou de frustração, fazendo com que se isolem em seu quarto ou agir por impulso a fim de aliviar a própria sensação de impotência.
É nesse contexto que o uso de drogas ou as “dependências não químicas” (fazer compras fúteis, comer, jogar ou usar a internet de maneira excessiva) podem parecer alternativas de enfrentamento, pois produzem efeitos imediatos que aliviam a pressão que o adolescente vem sofrendo. Porém, seus efeitos são tão potentes quanto fugazes, pois não resolvem os conflitos do adolescente e são capazes de trazer prejuízos bem estabelecidos para seu desenvolvimento cerebral.
É na adolescência que o jovem passa a se reconhecer como uma pessoa única. Durante este processo é natural que se identifique com um grupo de amigos (“tribos”) e passe a buscar referências nele. Posto que na infância é comum que essa relação de compatibilidade seja desempenhada pela família e, isso tende a mudar com a entrada para a adolescência. E essa transição é algo que assusta muitos pais, por não entenderem que aquela criança que viram nascer, está crescendo e caminhando para a vida adulta.
Para evitar estas “surpresas” por parte dos pais, entes devem construir desde a infância, uma relação de confiança com seus filhos, isto vai aumentar as chances deste processo fluir melhor e com poucos traumas familiares. Além do diálogo franco que os pais devem manter com seus filhos, demonstrem também o afeto por estes, abrace-os, diga o quanto os ama e, que são importantes na família, o resultado irá surpreender a todos. Especialistas orientam algumas ações para lidar com as mudanças de comportamento características da adolescência, a saber:
1- Valorize a autonomia: é fundamental para que os filhos entendam as consequências de suas escolhas;
2- Crie uma relação de confiança: isso garante que os filhos desenvolvam atitudes mais positivas e proativas;
3- Faça parte da vida do seu filho: isso permite que ele teste seus próprios limites com segurança;
4- Ofereça apoio e afeto: é fundamental para trazer confiança e autoestima;
5- Estimule bons hábitos de vida: ajude-o a valorizar as amizades, o convívio em sociedade e a capacidade de adquirir conhecimentos.
Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a sua saúde mental. Marque sua consulta (95) 99144-1131