O assédio moral e os efeitos psicológicos na vítima

O assédio moral de um modo geral se caracteriza por ser um tipo de violência em que determinada pessoa humilha, constrange, ofende e ataca a dignidade de outra

O assédio moral e os efeitos psicológicos na vítima
Foto: Reprodução

O assédio moral de um modo geral se caracteriza por ser um tipo de violência em que determinada pessoa humilha, constrange, ofende e ataca a dignidade de outra. Infelizmente é bastante comum também no ambiente de trabalho, onde ocorre uma exposição prolongada e repetitiva dos trabalhadores a situações humilhantes e vexatórias. Na prática se configura por terror psicológico que se manifesta através de sucessivas ações de maus-tratos com certa frequência, através de atos de superior da vítima, tais como: humilhações, ofensas verbais, sabotagens, exposição ao constrangimento, hostilidade declarada ou disfarçada, intimidação, chantagens e/ou ameaças explícitas e/ou de forma indireta.

Podem ocorrer situações em que o superior/chefe agressor, consegue convencer a vítima de que suas atitudes servem para tornar o funcionário mais preparado para o trabalho. Nesse caso, o superior/chefe agressor deturpa essa relação agressiva, levando a vítima a acreditar que se ela se sente mal é por não estar suficientemente capaz para ser uma boa profissional. Isso pode criar uma relação de dependência da vítima com relação ao agressor, pois esta acredita que ele possa ajudá-la a desenvolver habilidades que ela possa ainda não ter.

O assédio moral leva a situações de desgaste emocional da vítima e, como consequência, a redução drástica da capacidade laboral, levando fatalmente para o rompimento da relação de trabalho. As pessoas precisam entender que não se trata de algo normal ou mesmo um estado de “mau humor do chefe”, mas de uma atitude totalmente desequilibrada da parte de quem a pratica.

Isso afronta a dignidade e afeta a integridade psicológica da vítima deixando-a com alto grau de ansiedade e medo. A relação trabalhista passa a ser permeada pela angústia, a produtividade tende a diminuir e a vítima fica debilitada devido aos ataques a sua saúde mental.

Também a autoestima é prejudicada e, se continuadas as agressões psicológicas, estas podem funcionar como gatilho para diversos distúrbios emocionais e psiquiátricos, o que aos poucos vai destruindo a capacidade laboral e a resistência psicológica da vítima. E ainda, o assédio moral afeta além do ambiente de trabalho, as relações sociais e familiares.

Como o assédio afeta o equilíbrio emocional da vítima, a forma de como se relaciona com o seu entorno fica prejudicada. A vítima diante desse sentimento de impotência, de frustração, de não aceitação, pode fazer surgir com mais facilidade a agressividade contra si própria ou a pessoas com quem se relaciona, como amigos, colegas de trabalho e a própria família.

Geralmente essa agressividade surge contra si própria, pois não podendo explodir contra quem deu causa a tudo isso, acaba implodindo a si mesma e, é nesse momento, que sua autoestima fica prejudicada e se cria espaço para os distúrbios psíquicos. Estudos destacam que os principais distúrbios emocionais encontrados em vítimas de assédio moral são: depressão; ansiedade, a qual pode levar a crises de pânico, burnout, distúrbios alimentares e do sono; alcoolismo e; em situações mais graves, ao suicídio.

Hismayla Pinheiro (@psihismaylapinheiro) é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica, com experiência em orientação profissional. Além disso, é a psicóloga oficial do “Miss Universo Roraima”. Toda segunda-feira, orientações valiosas nesse divã virtual de como manter a saúde mental saudável, principalmente em meio à pandemia da Covid-19. Consultas pelo telefone (95) 99144-1131

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