Profissionais da saúde também devem cuidar da mente

Ainda existem pessoas que acham que profissionais de saúde são seres com “superpoderes” e que não adoecem. Como qualquer ser humano esses profissionais também são acometidos por doenças, inclusive as que afetam a saúde da mente. No entanto, muitos gestores têm negligenciado a saúde mental destes profissionais, e mesmo pelos próprios colegas de profissão, gerando […]

Profissionais da saúde também devem cuidar da mente
Foto: Reprodução

Ainda existem pessoas que acham que profissionais de saúde são seres com “superpoderes” e que não adoecem. Como qualquer ser humano esses profissionais também são acometidos por doenças, inclusive as que afetam a saúde da mente. No entanto, muitos gestores têm negligenciado a saúde mental destes profissionais, e mesmo pelos próprios colegas de profissão, gerando comportamentos controversos sobre esse tema.

Profissionais que levam a sério a saúde mental, têm revelado abertamente que já foram diagnosticados com distúrbios mentais, porém, ainda existem aqueles que se negam a procurar ajuda devido ao risco de demissão ou à restrição das atividades desempenhadas. O que é fato inconteste é  que os profissionais de saúde que cuidam dos pacientes, também necessitam de assistência para garantir produtividade, a efetividade e a segurança nas atividades desempenhadas, sem oferecer risco aos seus pacientes.

Os profissionais de saúde lidam no dia a dia com as angústias dos pacientes, com o processo do fim de uma vida que estão lutando para salvar, com a escassez de materiais e medicamentos nos ambientes clínicos e, com a constante pressão para proporcionar a melhor assistência aos pacientes. Algumas causas estão fora da alçada destes profissionais e, caberá a estes profissionais saber lidar com as adversidades e conseguir o tratamento mais adequado às condições clínicas e socioeconômicas/ambientais para os pacientes. Infelizmente nem sempre isso é possível e, somado aos transtornos familiares/sociais, é quase impossível manter a sanidade mental para prestar assistência aos pacientes enfermos e mais debilitados. Some-se aos fatores anteriores a condição de intensa pressão que ocorre nas instituições de saúde, onde decisões de várias naturezas e complexidades devem ser tomadas imediatamente e de forma precisa, objetivando evitar complicações graves ou fatais.

Estudos publicados indicam que 12% dos problemas de saúde incapacitantes nestes profissionais são diagnosticados como transtornos mentais. Esses transtornos são comuns a diversos segmentos da área da saúde, tais como: hospitais, serviços de atenção básica, atividades de alta complexidade e outras que demandam bastante atenção, destreza e experiência destes profissionais.

As causas para o aparecimento destes distúrbios são amplas e vão desde a sobrecarga de trabalho, onde as jornadas são extenuantes a predisposição genética. Vejamos os principais distúrbios da mente catalogados nas pesquisas: Depressão, a qual é considerada uma das doenças mais incapacitantes, onde os sintomas incluem tristeza profunda, anedonia (perda da satisfação e interesse em atividades agradáveis), alterações de apetite que refletem em aumento ou perda de peso corporal, insônia, isolamento familiar e social etc.; Síndrome do esgotamento, condição em que o profissional de saúde não consegue lidar com todas as demandas do dia a dia, chegando a apresentar problemas de memória, tornando-se agressivo, intolerante e dificilmente consegue relaxar nos períodos de lazer; também em casos mais raros, os profissionais de saúde podem ser diagnosticados com transtorno de ansiedade, distúrbios bipolares, esquizofrenia, transtorno obsessivo-compulsivo, ataques frequentes de pânico, dentre outras doenças.

Em algumas destas doenças da mente o risco de suicídio é eminente, principalmente em médicos que têm acesso e conhecimento sobre medicamentos e/ou enfermeiros, devido à possibilidade de obtenção da medicação. Para todas as doenças da mente é fundamental haver um tratamento adequado, verificando parâmetros de efetividade, segurança dos medicamentos e observando o comportamento dos profissionais de saúde durante a assistência aos pacientes.

A saúde mental dos profissionais de saúde dependerá do equilíbrio entre as atividades assistenciais e os momentos de lazer e descontração com a família e amigos. Além disso, é de fundamental importância a prática frequente de atividade física pode reduzir a probabilidade de desenvolver distúrbios mentais, pois liberam neurotransmissores que trazem a sensação de bem-estar e calma. Outra dica é separar a vida profissional da pessoal. Silencie as mensagens do celular provenientes dos grupos de trabalho, a não ser que a situação clínica demande essa atenção. Reserve um tempo para si, ou seja, mesmo que não esteja sentindo algum sintoma destas doenças da mente, busque um profissional da Psicologia e faça uma psicoterapia como forma preventiva. Por fim, manter hábitos saudáveis ajudará a se manter afastado das doenças que afetam a mente.

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