Os dados são alarmantes, segundo os especialistas que descrevem o suicídio juvenil como tendo contornos epidêmicos. E, para a Organização Mundial de Saúde – OMS o assunto precisa deixar de ser tabu, ou seja, a sociedade tem de debater, se informar, enfim, participar ativamente não só durante as campanhas como a do Setembro Amarelo, mas levar o assunto para dentro de suas casas, escolas, igrejas, local de trabalho e assim por diante.
Segundo estatísticas disponibilizadas em seu site pela OMS, tirar a própria vida já é a segunda principal causa da morte em todo mundo para pessoas na faixa etária dos 15 aos 29 anos de idade, ainda que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam bem mais propensas a cometer suicídio.
Todos devemos atuar ativamente na conscientização da importância que a vida tem e ajudar na prevenção do suicídio, pois infelizmente o tema ainda é visto como tabu. É importante falarmos sobre o assunto para que as pessoas que estejam passando por momentos difíceis e de crise, busquem ajuda e entendam que a vida sempre vai ser a melhor escolha.
Quando uma pessoa decide suicidar-se, os seus pensamentos, sentimentos e ações apresentam-se muito restritivos, ou seja, ela pensa constantemente sobre o suicídio e é incapaz de perceber outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema. Isso ocorre porque essas pessoas pensam rigidamente pela distorção que o sofrimento emocional impõe, levando a mente ao colapso.
A informação é a melhor saída para lutar contra esse problema tão grave. É muito importante que as pessoas próximas de quem está sob essa crise na mente, saibam identificar que esta pode estar pensando em se matar e a ajude rapidamente, sendo o primeiro passo o saber escuta-la sem reprovações, sem cobranças, apenas ouça-a e mostre que você está disponível para ajudar exercitando a empatia diante do que ela está passando, mas principalmente, convença-a a buscar ajuda psicológica, onde o profissional da Psicologia após avaliar o caso, saberá a melhor forma de abordagem, dessa forma, salvar essa pessoa.
Veja algumas dicas de como ajudar uma pessoa com pensamentos suicidas. Ao se deparar com esse tipo de situação, antes de tudo mantenha a calma e busque de forma sutil desviar o foco da pessoa para você. Ocupe esse vazio que está atormentando a mente da pessoa exercitando a empatia. Lembre-se que o pensamento de pessoas nesse grau de angústia é composto por desespero, impotência, prostração, desesperança, solidão, desamparo, falta de sentido da vida e ausência de futuro.
As paisagens que passam na mente dessas pessoas são as mais sombrias possíveis, pois para elas não existe a famosa “luz no fim do túnel”, aliás, não existe luz alguma (esperança), apenas o desejo de acabar logo com aquele sofrimento da mente. Para essas pessoas já é difícil cumprir até tarefas simples como levantar da cama ou escovar os dentes e, as que demandam mais energia, como trabalhar, se divertir, conversar alegremente, são um verdadeiro martírio, imagine se libertar dessa dor massacrante na mente. Por isso se coloque a disposição para ouvi-las, como dissemos acima, sem reprovações e/ou comentários que aumentem essa dor.
Especialistas informam que se quem está pensando em suicidar-se coloca as emoções represadas para fora, ou seja, desabafa sobre o que está lhe oprimindo, é um remédio bastante eficaz contra o suicídio, pois o calor humano de quem sabe ouvir e confortar é um forte antídoto para a pessoa que está sofrendo e que pensa em suicídio.
Para identificar pessoas com alto potencial de suicidar-se, vejam esses sinais que elas dão antes de praticar o ato: Tentativas de suicídio anteriores; Desesperança; Desespero; Desamparo; Mudanças abruptas de comportamento; Desejo de morrer; Planejar o suicídio; Sintomas fortes de depressão; Oscilações de humor; Pessimismo; Ansiedade e estresse acentuados; Raiva e agressividade intensas; Desejo de vingança; Problemas relacionados ao sono; Sensação de estar preso e sem saída; Isolamento social; Falta de sentido na vida; Impulsividade e interesse por situações de risco; Abuso de álcool e drogas; Desfazer-se de objetos importantes; Concluir assuntos pendentes como fazer um testamento, um seguro de vida ou uma carta de doação de órgãos; Colocar as coisas em ordem; Encerrar contas bancárias; Interesse súbito em religião; Despedir-se de parentes e amigos sem que tenha viagem programada; Irritabilidade fora do normal; Crises de culpa e de choro; Comprar armas ou estocar comprimidos.
Saber ouvir, demonstrar carinho e se colocar à disposição para ajudar, transmitir palavras de otimismo, não prejulgar, acolher se importando verdadeiramente com o sofrimento da pessoa e, acima de tudo, convence-la de forma carinhosa a buscar ajuda de Psicólogo, poderão evitar o pior.
Hismayla Pinheiro é psicóloga clínica e especialista em avaliação psicológica com mais de 7 anos de experiência em consultório. Por aqui ela traz orientações valiosas nesse divã virtual de como manter sua saúde mental.
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