O detento Denis Márcio Félix Correia, de 25 anos, morreu na noite desta quarta-feira (19) no Hospital Geral de Roraima (HGR), em Boa Vista, após levar um tiro na cabeça de um policial penal. A irmã da vítima confirmou a informação.
O caso ocorreu na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), por volta das 10h, durante uma confusão entre Denis e outro preso que acabou sendo atingido na perna. Para apartar a briga, o policial disparou balas de borracha à queima-roupa, o que agravou o quadro do jovem.
Após a confusão, Denis foi encaminhado ao HGR onde passou por cirurgia. Conforme informou os médicos à família, Denis ficou em coma e tinha apenas 1% de chance de sobrevivência.
Detento tem esquizofrenia
Conforme a família, o detento era diagnosticado com esquizofrenia por meio de laudo e a situação era de conhecimento da unidade prisional.
Entretanto, Denis não recebia os medicamento para controlar o quadro de esquizofrenia. A família acredita que por isso Denis atacou outro detento.
A confusão começou após o detento conseguir se soltar das algemas durante uma escolta e atacou o outro preso. Com isso, o policial disparou os tiros muito próximo dos jovens, o que acabou os ferindo gravemente.
Família fez outras denúncias
A família de Denis diz saber quem é o policial, mas preferiu não informar o nome dele. Contudo, informou que o policial estava afastado do cargo há sete anos e que tinha voltado a exercer a função recentemente. E, por isso, se queixava entre colegas dizendo estar despreparado.
Outro problema que a família pontuou foi a falta de leitos na UTI. Em resumo, após sair do Centro Cirúrgico, Denis deveria ficar, pelo menos, três dias na UTI. Mas por falta de leito, precisou ser direcionado a outro bloco da unidade.
Citados
O Roraima em Tempo entrou em contato com o Governo de Roraima acerca dos fatos relatados. Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) confirmou que, durante saída para banho de sol, houve os disparos de bala de borracha por parte de dois policiais penais em virtude da possível desobediência dos internos no cumprimento dos procedimentos de segurança da unidade.
“A secretaria ressalta que a gestão não compactua com nenhum tipo de irregularidade funcional ou ainda possíveis excessos eventualmente praticados por policiais penais e, portanto, já providenciou a devida informação aos órgãos de controle da execução penal (Ministério Público e Vara de Execução Penal), além de ter comunicado à Corregedoria para a instauração do Procedimento Disciplinar cabível e o consequente afastamento dos servidores envolvidos”, disse.
A pasta também informou que os familiares estão recebendo a devida assistência que o caso requer. Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau) confirmou o atendimento e procedimento cirúrgico do rapaz. Entretanto, não se pronunciou sobre a queixa da família referente à falta de leitos na UTI.
Fonte: Da Redação