O empresário Roger Pimentel se entregou à Polícia Federal (PF) neste sábado (9). Ele estava foragido da Justiça desde a última quarta-feira (6).
O Roraima em Tempo apurou que ele chegou em Boa Vista em um voo durante a madrugada deste domingo. O empresário se apresentou à PF acompanhado de uma advogada.
Operação Hipóxia
A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação na quarta-feria para cumprir 10 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, todos em Boa Vista.
Conforme a Controladoria Geral da União (CGU), a ação ocorreu para combater irregularidades na aquisição de serviços de recarga de oxigênio pelo Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI-Yanomami).
O alvo do mandado de prisão é o empresário. A Polícia Federal não conseguiu localiza-lo e Roger encontra-se foragido. A reportagem tentou contato com ele pelo WhatsApp, mas não obteve resposta.
As investigações começaram após denúncia no Ministério Público Federal (MPF) de possível fraude em pregão eletrônico realizado em 2022. O objeto era a contratação de recarga de oxigênio.
Desse modo, a partir do pedido do MPF, a CGU realizou análise da licitação e constatou, dentre outras irregularidades, desqualificação indevida de licitante, ausência de separação de funções e superfaturamento devido à entrega em quantidade menor do produto.
Como resultado das investigações, os auditores apuraram prejuízo de R$ 964.544,77, o que corresponde a 89,89% do valor pago.
Operação Yoasi
A empresa de Roger também já foi alvo de outra ação da Polícia Federal. No dia 30 de novembro do ano passado, a PF, bem como o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram a Operação Yoasi, onde cumpriram mandados de busca e apreensão na empresa Balme Empreendimentos. O intuito era investigar desvio de medicamentos no Dsei Yanomami.
O MPF identificou, dentre outras irregularidades, o recebimento do vermífugo albendazol em quantidades inferiores ao adquirido pelo órgão.
Além deste remédio, as suspeitas são que apenas 30% de mais de 90 tipos de medicamentos fornecidos teriam sido devidamente entregues.
Por outro lado, um relatório do Ministério da Saúde (MS) apontou um desvio de cerca de 90% nos medicamentos no Dsei-Yanomami.
De acordo com o MS, em um dos processos a empresa Balme Empreendimentos recebeu R$ 1.072.985,66. Contudo, forneceu medicamentos referentes a R$ 108.413,89. Ou seja, forneceu apenas cerca de 10% pelo valor que recebeu.
Fonte: Da Redação