Ex-prefeito de Bonfim é preso pela Polícia Federal

PF investiga fraude em contratos na prefeitura que somam mais de R$ 40 milhões. Joner Chagas é suspeito de articular esquema com “laranjas” para falsificar serviços de recuperação em vicinais do município

Ex-prefeito de Bonfim é preso pela Polícia Federal
Foto: Reprodução

O ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos), foi preso pela Polícia Federal em Boa Vista, na tarde desta quinta-feira, 27.

Chagas é investigado em esquema de fraude em que ele aparece como articulador em contratos com empresa de engenharia que somam mais de R$ 40 milhões.

A reportagem recebeu a informação e solicitou a confirmação da Polícia Federal e aguarda retorno.

Prisões e apreensão de R$ 510 mil

A investigação começou em setembro, quando três pessoas foram presas após o saque de mais de R$ 510 mil em espécie, em Boa Vista, valor considerado de provável origem ilícita.

Além disso, A PF detectou medições fraudulentas de obras. O engenheiro teria atestado serviços não realizados, liberando pagamentos indevidos. O ex-prefeito de Bonfim, Joner Chagas, aparece em diálogos como articulador das operações. Ele teria determinado pagamentos e até orientando a forma de apresentação das obras como se fossem ações oficiais.

Esquema

As apurações mostram ainda que o esquema girava em torno de duas mulheres, mãe e filha. No dia 3 de julho deste ano, a jovem, de 21 anos, tornou-se única sócia de uma empresa, também ligada a obras municipais da cidade.

Conforme o inquérito, um dia após a suposta aquisição da empresa, ela assinou uma procuração que deu poderes à mãe. Ela é, desde 2020, dona da firma que possui contratos que somam mais de R$ 40 milhões com a Prefeitura de Bonfim.

A partir desse ponto, as apurações avançaram e revelaram que o dinheiro tinha ligação com medições fraudulentas e com um esquema que envolvia a empresa contratada para recuperar estradas vicinais. Apesar de manter contratos que somavam mais de R$ 40 milhões, a empresa não tinha estrutura física ou operacional compatível com o serviço.

Ao aprofundar as investigações, a PF identificou o grupo organizado que atuava de forma coordenada para cometer diversos crimes, entre eles fraude à licitação, corrupção ativa e passiva, lavagem de capitais e associação criminosa. O esquema utilizava uma empresa de fachada e realizava movimentações financeiras suspeitas para dar aparência de legalidade ao dinheiro desviado.

Como resultado das apurações, a Justiça Estadual determinou o bloqueio e o sequestro de bens que ultrapassam R$ 2 milhões. Além disso, ordenou a apreensão de materiais e a suspensão imediata do contrato da empresa investigada com o órgão público envolvido.

Fonte: Da Redação

1
0
Would love your thoughts, please comment.x