Mulher que trabalhava como cozinheira no garimpo é condenada por transportar ouro ilegal da Terra Yanomami

Condenação da cozinheira ocorreu após pedido do Ministério Público Federal feito a Justiça Federal

Mulher que trabalhava como cozinheira no garimpo é condenada por transportar ouro ilegal da Terra Yanomami
Ministério Público Federal em Roraima – Foto: Gabriel Cavalcante/Roraima em Tempo

A Justiça Federal atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) e condenou uma mulher que atuava como cozinheira de garimpo ilegal em Roraima. Ela estava na região de Walopali, na Terra Indígena Yanomami. À época, a mulher transportava 6,1g de ouro em estado bruto, matéria-prima pertencente à União, sem autorização legal ou licença.

Conforme o MPF, policiais federais a abordaram em março de 2023, durante a Operação Libertação. Na ocasião a cozinheira tentava sair da área de garimpo pelo Rio Mucajaí, transportando o minério.

Depoimento

Durante o interrogatório judicial, a mulher confessou ter estado na Terra Indígena Yanomami na data da apreensão. Questionada sobre a procedência do material e a localização encontrada, a cozinheira admitiu que o ouro lhe pertencia. Então, confirmou que se tratava, de fato, de território indígena. Conforme seu depoimento, o ouro, portanto, seria utilizado para custear sua passagem de volta, dessa forma confirmando que estava no local trabalhando como cozinheira.

Sendo assim, com base neste depoimento, o MPF apresentou denúncia por crime de usurpação de bem da União, previsto na Lei nº 8.176/91, que tipifica como crime a exploração, aquisição, transporte ou comercialização de matéria-prima pertencente à União sem autorização legal.

Decisão judicial

A Justiça Federal acatou o pedido e condenou a cozinheira e fixou pena de um ano de detenção e pagamento de 10 dias-multa, substituída por pena restritiva de direitos. A mulher deverá prestar serviços à comunidade ou a entidades públicas pelo mesmo período da condenação.

O 2º Ofício da Amazônia Ocidental do MPF, conduziu o caso, especializado no combate à mineração ilegal e a crimes relacionados, como lavagem de dinheiro, associação criminosa e delitos ambientais. A unidade atua de forma integrada com órgãos de fiscalização e segurança pública para coibir atividades que afetam o meio ambiente e violam a ordem econômica na região amazônica.

Fonte: Da Redação

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