A Justiça de Roraima prorrogou, por mais 30 dias, a prisão do policial militar Helton Jhon Silva de Souza, ex-segurança do governador de Roraima, Antonio Denarium. Helton é suspeito da morte de dois produtores rurais em disputa de terras no Cantá, interior do estado.
Quem assina o pedido da prorrogação é o juiz Breno Coutinho e também vale para Jhonny de Almeida e Caio de Medeiros. Além disso, o documento pede a prisão temporária de Deivys Vegas. É que depoimentos também apontam sua participação no crime. Ele ainda não foi localizado para depor.
De acordo com a Justiça, houve diligências para obter a prisão de Caio que está foragido, contudo, sem resultados. Além, disso, a Justiça considerou razoável a prorrogação das investigações para a conclusão das investigações.
“Tendo em vista que o prazo inicial de 30 dias foi insuficiente para a conclusão das investigações, é razoável e proporcional a prorrogação da medida por igual prazo”, cita trecho da decisão. Assim, a Justiça também negou o pedido de prisão domiciliar à Jhonny e disse que o pedido é incabível.
Helton Jhon é investigado pelos homicídios dos produtores Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos.
O crime ocorreu no dia 23 de abril na Vicinal do Surrão, no Cantá. Em um áudio gravado por uma das vítimas, é possível ouvir o barulho de seis tiros e gritos do casal. O homem morreu no dia seguinte e a mulher ficou em estado grave, mas morreu no dia 28 no Hospital Geral de Roraima (HGR).
Na dia 24 de maio, a PCRR prendeu dois suspeitos do crime: um de 53 anos e um de 35. A Polícia Civil pediu ainda a prisão do produtor Caio Porto, que estava no local do crime, mas ele encontra-se foragido.
Após o crime, os agentes da Civil iniciaram as investigações. Eles apuraram que a mesma testemunha que prestou socorro ao casal, também recebeu ameaças de quatro homens no dia anterior.
A testemunha e o agricultor haviam combinado de fazer uma plantação de feijão numa parte da terra. No dia anterior ai crime, a testemunha olhava o local onde fariam a plantação. Nesse momento, chegaram os quatro homens e um deles estava armado com uma pistola calibre 380.
“Eles foram na propriedade e encontraram a testemunha que é um policial militar da reserva. Eles fizeram a ameaça afirmando que o casal havia invadido as terras deles e, logo depois, foram embora”, relatou o delegado.
De acordo com o relato da testemunha, que ainda chegou a conversar com o agricultor sobre as ameaças, este afirmou que a terra lhe pertencia e estava toda documentada.
“A vítima disse a essa testemunha que era dono da terra e que tinha toda a documentação comprobatória, mas que já tinha recebido outras ameaças anteriormente dos suspeitos e, inclusive, registrado um Boletim de Ocorrência dessas ameaças”, disse o delegado.
Com base nessas informações, os policiais iniciaram as investigações. Desse modo, conseguiram localizar dois dos suspeitos e prendê-los em flagrante delito por homicídio.
Conforme o delegado, as investigações apontaram que os dois homens estiveram numa loja e compraram munição e também estavam juntos quando as vítimas tiveram suas terras invadidas e foram baleadas.
Após a prisão, o delegado interrogou os suspeitos, acompanhados de um advogado, e eles usaram o direito constitucional de somente falar em juízo.
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Fonte: Da Redação
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