‘Nei Mentira’ se entrega à polícia em Boa Vista

Harrison Nei Correa Mota estava foragido da Justiça após mandado de prisão por suspeita de participar do assassinato da mãe de uma filha do ex-senador Telmário Mota; o ex-parlamentar é suspeito de ser o mandante

‘Nei Mentira’ se entrega à polícia em Boa Vista
Foto: Divulgação PCRR

Harrison Nei Correa Mota, o ‘Nei mentira’ se entregou Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) nesta quarta-feira (8) em Boa Vista. Ele é suspeito de participar do assassinato de Antônia Araújo, mãe da filha do ex-senador Telmário Mota, também preso por envolvimento no crime.

Harisson chegou acompanhado do advogado. Ele estava foragido da Justiça após a Operação Caçada Real que a Polícia Civil de Roraima (PCRR) deflagrou para cumprir três mandados de prisão, bem como sete de busca e apreensão. A ação ocorreu no dia 30 outubro.

Quem é ‘Nei Mentira’

Além disso, Nei é sobrinho de Telmário. Preso desde março de 2019, por roubo de gado em Alto Alegre, Nei Mentira recebeu condenação um ano depois, tendo a sentença majorada devido ao uso de arma de fogo para praticar o crime e, por assim, restringir a liberdade das vítimas.

Desse modo, recebeu condenação total de 7 anos e seis meses de prisão inicialmente em regime fechado. Harrison saiu da penitenciária em outubro de 2021. Sua nomeação no Governo de Roraima ocorreu em 3 de março. A ficha criminal de Nei mostra que ele passou pela prisão em 2009 e 2011 pelo cometimento de outros crimes. Assim, ele passou pela Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), Cadeia Pública Masculina em Boa Vista, assim como pela Cadeia Pública de São Luiz, no Sul de Roraima.

O assassinato de Antônia Araújo

A Polícia Civil concedeu uma coletiva à imprensa para falar do resultado da Operação Caçada Real. Desse modo, o delegado João Evangelista, falou sobre detalhes das investigações. Conforme ele, houve uma série de diligências para apurar o caso.

De acordo com o delegado, foi possível observar quem planejou quem teve logística, quem atuou na parte de buscar os executores, como escolheram o dia mais difícil mais propício para a execução do crime.

“Houve um planejamento, houve uma análise de riscos. Eles verificaram as possibilidades, monitoraram, acompanharam, identificaram a rotina da vítima justamente para que a execução fosse realizada com o menor risco de eles serem pegos em flagrante naquele momento. Hoje nós temos a convicção de que os elementos de informação do inquérito apontam pelo menos um executor, que é que foi preso hoje [ontem], um sobrinho do ex-senador Telmário Mota, apontam uma ex-assessora dele e ele, como o beneficiário com a morte, o sujeito no qual, o planejamento foi orquestrado na própria fazenda dele e que provavelmente, tudo leva a crer que ele foi o mandante”, detalhou.

Motivação do crime

De acordo com o delegado, a motivação da execução do crime diz respeito a uma série de circunstâncias.

“A vítima foi responsável, juntamente com a filha dele, por informações que iniciaram uma investigação policial no ano de 2022 e alcançaram um processo criminal pelo crime de estupro e fez com que ele passasse a ser réu por esse crime. A mãe, no caso a vítima, seria ouvida, seria inquerida, era testemunha daquele processo. Não apenas isso, havia outros processos dando conta de pensão alimentícia e de valores que ela estaria cobrando para ele na Justiça. Então com a morte dela, em tese cessariam essas situações. Por si só, isso nos garante que ele teria sim, motivos para matá-la”, afirmou.

Fonte: Da Redação

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