A Polícia Civil prendeu dois jovens por estelionato e falsidade ideológica nesta terça-feira (05) em bairros da zona Oeste de Boa Vista. Além disso, a Civil cumpriu quatro mandatos de busca e apreensão.
A ação faz parte da “Operação 2 Face”, coordenada pela Polícia Civil de Presidente Prudente (SP) e deflagrada simultaneamente em quatro Estados, divididos em oito cidades.
Em Roraima, a Operação é coordenada Pela Delegacia Geral, por meio do Departamento de Operações Especiais (DOPES).
Conforme a delegada geral adjunta de Roraima, Darlinda Viana, na ação outras duas pessoas, sendo um casal, são consideradas foragidas. Contudo, diligências estão sendo realizadas para localizá-las.
“Nós temos uma cooperação bastante profícua com o Estado de São Paulo. Desta vez, fizemos novamente uma operação interestadual com a 1ª DIG, de Presidente Prudente, que solicitou nosso apoio no sentido de efetuar quatro buscas e apreensões e quatro mandados de prisão de um grupo criminoso que atuava aqui em Roraima”, destacou.
A delegada ressaltou ainda que o grupo criminoso atuava principalmente em estelionato eletrônico, falsidade ideológica e falsa identidade.
“Eles falsificavam perfis de Facebook e Instagram e revendiam materiais dentro e fora do Estado de Roraima. Efetuamos duas prisões e faltam prender duas pessoas. Enquanto não conseguirmos prender essas duas, permaneceremos realizando as diligências, até concluir a operação”, disse.
A polícia prendeu um dos envolvidos, de 24 anos, no bairro Santa Teresa. Logo depois, a guarnição o encaminhou para a Delegacia de Defesa da Infância e Juventude (DDIJ) onde teve seu mandado de prisão formalizado, sendo qualificado e interrogado.
Já no bairro Asa Branca, a Civil prendeu a jovem de 21 anos. Ela teve sua prisão cumprida no 2º Distrito Policial.
Início da investigação
Uma vítima procurou a unidade policial relatando que teve um prejuízo de R$ 34.391,00 em 11 de agosto de 2021, quando foi instaurado Inquérito Policial e iniciada as investigações.
Do mesmo modo, considerando o grande número de casos idênticos verificados em registros de vítimas pela cidade de Presidente Prudente e região, bem como anúncios em redes sociais que se multiplicaram com o tempo da investigação, tudo foi encaminhado ao setor especializado de combate aos crimes de corrupção, crime organizado e lavagem de dinheiro para análise precedente e emissão de relatório técnico.
Com sete meses de ações autorizados pela Justiça e pareceres favoráveis do Ministério Público de São Paulo, (MPSP) juntamente com os cruzamentos de informações em fontes abertas e fechadas, em tese, houve o desvendamento dos crimes que possibilitou a representação que contribuiu para o deferimento de 41 mandados de prisões preventivas; 56 mandados de buscas domiciliares; bloqueios e sequestros de contas cadastradas em 41 CPF’s, além de uma dezena de sequestros de contas em cripto ativos.
A 1ª Delegacia de Investigações Gerais da 8ª Divisão Estadual de Investigações Criminais de Presidente Prudente conduz as investigações.
Organização criminosa
A ação busca desarticular uma possível Organização Criminosa de Estado distante da Federação, predominantemente Goiás, que utilizava “ardil” em fraude eletrônica.
Primeiro, o grupo obtém a fotografia em rede social e aplicativo de mensagem de vítimas. Dessa forma, em auxílio de outros criminosos digitais, entram em contato com familiares próximos informando a troca de prefixo telefônico. Após isso, solicitam valores sob alegação de problema no aplicativo bancário.
Parte dos contatados fazem o pagamento e, apenas depois do encontro com os entes reais, descobrem o crime.
Com o resultado das buscas realizadas nesta manhã, que se beneficiou de soma que pode superar três milhões de reais nos últimos meses, a polícia busca a identificação de outros comparsas, bem como novas vítimas e patrimônio ocultado na lavagem de dinheiro.
Todos os suspeitos presos permanecerão nos estados de origem. Eles serão indiciados 10 vezes pela prática dos crimes de estelionato eletrônico; falsidade ideológica; bem como falsa identidade; integrar organização criminosa; além de lavagem de dinheiro.
Assim, apenas no Estado de São Paulo será possível o esclarecimento de pouco mais de 600 fatos criminosos, além de centenas ocorridas em outros Estados.
‘2 Face’
O nome da operação foi escolhido em tradução simples da escrita americana “two face”, usando o número não extenso, “duas faces”. A escolha é em metáfora ao ardil eletrônico usado pelos criminosos que solicitam dinheiro das vítimas se passando por conhecidos. Inclusive, com fotografias retiradas das redes sociais ou telefônicas.
Fonte: Da Redação