A Operação “Avatar” da Polícia Civil (PCRR) foi deflagrada nesta quinta-feira (27) pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela estava sob o comando do delegado Marcos Lázaro. A ação visa esclarecer o desaparecimento, morte e ocultação do cadáver do garimpeiro Antonio Raimundo Soares de Oliveira, apelidado de “Antonio Cabeludo”, ocorrido em 2022.
Nas primeiras horas da manhã de hoje os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão em residências. Como resultado, os policiais efetuaram duas prisões em flagrante por posse de arma de fogo de uso permitido com a numeração raspada e munições.
As investigações
De acordo com o diretor do DHPP, foi instaurado um inquérito para esclarecer o desparecimento, assassinato e ocultação do cadáver do garimpeiro.
Inicialmente, os familiares dele procuraram o Núcleo de Investigação de Pessoas Desaparecidas (NIPD), e registraram o Boletim de Ocorrência.
As investigações constataram que a companheira da vítima, M.S.R., de 29 anos, tinha um relacionamento extraconjugal com P.W.D.S., de 26 anos. E que após o misterioso desaparecimento do garimpeiro, os envolvidos teriam se apropriado dos bens que ele havia adquirido ao longo de sua vida.
“Esses bens incluíam um carro, de taxi–lotação e seu alvará, um ponto comercial de alto valor na rua Solon Rodrigues Pessoa, no bairro Pintolândia e o valor de R$ 52 mil, bem como roupas e objetos pessoais”, disse o diretor.
O delegado ressaltou ainda que a mulher e o amante receberam auxílio de J.R.A.S., de 52 anos, para se apropriarem dos bens, vez que ele era o “procurador” da vítima.
“As investigações apontaram ainda que a vítima era analfabeta e se comunicava apenas por mensagens de áudio em aplicativos de mensagens instantâneas. Entretanto, após seu misterioso desaparecimento passou a se comunicar com amigos e familiares através de mensagens de texto, aparentemente sem erros de ortografia, razão pela qual se deduz que terceiros estariam se passando por ele, com o intuito de facilitar a dilapidação do seu patrimônio”, detalhou.
O diretor disse ainda que as investigações se aprofundaram e, para esclarecer detalhes que necessitavam serem confrontados, foi realizada representação na Justiça por mandado de busca e apreensão na casa dos suspeitos.
Os policiais civis cumpriram os mandados expedidos em decorrência de ordens judiciais na capital, nos bairros Jardim Tropical, Senador Hélio Campos e Equatorial.
Operação Avatar
Durante as buscas, segundo Marcos Lázaro, o saldo da operação foi extremamente positivo. Pois resultou em duas prisões em flagrante por posse de arma de fogo de uso permitido com a numeração raspada e munições.
“Também foi possível apreender aparelhos de telefones celulares, dispositivos de informática e mídias removíveis, bem como documentos e procurações da vítima para um dos alvos que serão encaminhados à perícia criminal e análise técnica”, disse.
Avatar
O nome da operação Avatar vem do sânscrito Avatāra, que significa “Descida de Deus”, ou simplesmente “Encarnação”. Qualquer espírito que ocupe um corpo de carne, representando assim uma manifestação divina na Terra.
Segundo Marcos Lázaro, nos dias atuais o termo significa a representação de uma pessoa na internet ou mesmo em aplicativos de mensagens instantâneas. Assim, o Avatar faz parte da identidade e presença de alguém no universo digital. E que, justamente por ser digital, pode ser utilizado por qualquer um, como no caso sob investigação.
Fonte: Da Redação