
A Polícia Civil de Roraima, por meio do 4º Distrito Policial, deflagrou nesta terça-feira, dia 18, a Operação Dólon, que resultou na prisão em flagrante do estudante universitário de 32 anos, pelo crime de Falsificação de Documento Público.
A ação, coordenada pelo delegado do 4⁰ DP, Guilherme Peres, ocorreu durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência de um técnico em análises clínicas, localizada no bairro Asa Branca. A polícia o investigava há meses por suspeita de envolvimento no esquema criminoso. Contudo, a equipe não o localizou no momento da operação.
Investigação e desdobramentos
As investigações, segundo o delegado, tiveram início em dezembro de 2024, quando uma empresária denunciou à Polícia Civil que uma funcionária apresentou um atestado médico suspeito. Ao entrar em contato com o médico que supostamente assinou o documento, houve a constatação que o atestado era falso.
Com os indícios reunidos, a Polícia Civil representou na Justiça pelo mandado de busca e apreensão na residência do técnico em análises clínicas. No local, o namorando do suspeito foi preso em flagrante. Durante a busca, os policiais encontraram um grande volume de materiais utilizados na falsificação, confirmando que o esquema criminoso já ocorria há muito tempo.
Prisão e apreensões
No imóvel, os policiais localizaram e apreenderam sete carimbos falsificados de diferentes médicos; 50 atestados médicos preenchidos com assinaturas e carimbos falsos; e, aproximadamente, 200 atestados médicos em branco; além de outros objetos e papeis relacionados à prática de falsificação de documentos públicos.
Diante das provas, a polícia deu voz de prisão o estudante e o conduziu ao 4º DP para os procedimentos cabíveis. Seu namorado, o técnico, segue sendo investigado.
Impacto da fraude
Além disso, o suspeito confessou ao delegado, durante seu interrogatório, que, juntamente com o namorado vendiam até 50 atestados falsos por mês, cobrando valores diferenciados conforme a urgência e os dias da semana, com preços mais altos em períodos próximos a feriados e finais de semana.
“Eles vendiam cada atestado médico pelo valor médio de R$ 60,00. O esquema causava prejuízos para empresas, para o sistema de saúde e comprometia a credibilidade da classe médica, cujos nomes e carimbos eram utilizados sem autorização”, observou o delegado.
De acordo com o delegado Guilherme Peres, “o uso desses documentos ilegais gera grandes prejuízos à sociedade, impactando a economia, sobrecarregando os serviços públicos e favorecendo fraudes trabalhistas e previdenciárias. Além disso, médicos que tiveram seus nomes envolvidos são vítimas dessa fraude e não possuem qualquer ligação com o esquema”, afirmou.
Ainda conforme o delegado, as investigações seguem em andamento para identificar todos os envolvidos e desmantelar completamente a rede criminosa.
“Temos o nome de 50 pessoas que estão sendo investigadas, cujos nomes estavam nos atestados médicos falsificados. As investigações vão apontar a responsabilidade de cada um. Em interrogatório o investigado disse que há aproximadamente quatro anos eles atuam nesse esquema. As investigações vão esclarecer todos esses detalhes”, disse o delegado.
Operação Dólon
Por fim, o nome da Operação Dólon é em referência ao personagem da mitologia grega que tentou enganar os gregos, no entanto, o descobriram. Segundo o delegado, a referência da operação ao nome Dólon se dá pelo fato de os autores tentarem ludibriar o sistema de saúde e os órgãos públicos com documentos falsificados.
Fonte: Da Redação