As buscas realizadas Polícia Civil de Roraima (PCRR) na região de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde, onde foi encontrado um cemitério clandestino com nove corpos, foram oficialmente encerradas nesta quinta-feira, dia 23.
Conforme a PCRR, após a conclusão da varredura, as investigações seguem em duas frentes. A Delegacia Geral de Homicídios (DGH) continuará apurando a identificação das vítimas, assim como as circunstâncias dos homicídios. Por outro lado, a Delegacia de Repressão a Ações Criminosas Organizadas (Graco) investigará possíveis conexões com organizações criminosas.
A operação envolveu equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Draco Núcleo de Investigação de Desaparecimento de Pessoas (NIPD), Instituto de Criminalística Perito Dimas Almeida (ICPDA), Instituto de Medicina Legal (IML), além de parceiros como a Polícia Militar de Roraima (PMRR), o Corpo de Bombeiros Militar de Roraima (CBMRR), Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer), bem como o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater).
Cemitério clandestino
No último dia 20, a PMRR, durante atendimento a uma pessoa que estaria fugindo de um grupo criminoso, localizou os corpos, na rua Três Marias. O local fica numa área de mata na divisa dos bairros Pricumã e Cinturão Verde. Após acionamento da Polícia Civil, o trabalho integrado resultou na localização de cinco corpos. Logo, o local ficou conhecido como um cemitério clandestino.
Ao longo do dia de ontem, 22, as equipes realizaram uma varredura no local. Desse modo, encontraram as ossadas de mais quatro pessoas dentro de uma manilha concretada. A peça estava em uma área de difícil acesso, o que então exigiu uso de máquinas pesadas para a retirada dos corpos.
Prisão
O delegado da DGH, Luís Fernando, lavrou um Auto de Prisão em Flagrante contra duas pessoas pelos crimes de ocultação de cadáver e associação criminosa. Sendo dois venezuelanos de 29 e 27 anos. Os dois passaram por audiência de custódia e a Justiça homologou a prisão em flagrante, convertendo-a em prisão preventiva. Agora, ambos estão no Sistema Prisional.
“Seguimos as investigações agora no sentido de identificar as vítimas, os autores dos crimes e as circunstâncias das mortes. Além disso, é importante destacar, que a DGH está realizando diligências para qualificar os demais integrantes do grupo criminoso que participaram da ocultação”, disse o delegado.
Investigações
De acordo com a diretora do DHPP, Miriam Di Manso, as investigações já apresentam avanços significativos. Como resultado, duas pessoas foram presas em flagrante, acusadas de ocultação de cadáver, associação criminosa e ameaças.
“O trabalho da DGH inclui análises minuciosas dos vestígios encontrados no local, das perícias realizadas pelo Instituto de Criminalística e o Instituto de Medicina Legal, além de diligências para identificar as vítimas e reconstituir a dinâmica dos homicídios. Paralelamente, a Draco instaurou inquérito policial para apurar se as mortes foram ordenadas ou executadas por organizações criminosas”, detalhou.
O delegado Wesley Costa de Oliveira, titular da Draco, informou que a equipe está mapeando possíveis conexões entre os suspeitos presos e atividades de organizações criminosas atuantes na região, além de analisar informações de inteligência para ampliar o alcance da investigação.
“As buscas no terreno foram concluídas após uma varredura completa, mas o trabalho da Polícia Civil está longe de terminar. Estamos empenhados em identificar todas as vítimas, responsabilizar os envolvidos e entender se há uma relação direta com organizações criminosas. Não descartamos novas operações em outras localidades, sempre com base em informações concretas e levantamentos prévios. Nossa meta é trazer respostas para esses casos”, destacou.
Vítimas
Até o momento nenhuma das vítimas foi identificada. Inicialmente, estão sendo realizadas análises para estimar idade, altura, assim como sexo das vítimas, etapas essenciais para o avanço da investigação. Os corpos encontrados estavam em diferentes estados de decomposição ou esqueletização. Conforme a Civil, a situação se agrava pela ausência de documentação que pudesse auxiliar no procedimento.
A PCRR destacou que o trabalho pericial é uma atividade técnica e minuciosa. E que demanda tempo e precisão. Dessa forma, para auxiliar na identificação, a Instituição solicita que famílias com pessoas desaparecidas procurem o IML. Elas devem levar documentos pessoais, exames odontológicos ou outros materiais que possam colaborar com o processo de identificação.
Fonte: Da Redação