A Polícia Civil de Roraima (PCRR) disse em coletiva à imprensa nesta terça-feira (14), que investiga a existência de uma milícia em crimes que envolvem disputas de terras em Roraima.
A informação foi divulgada enquanto a polícia detalhava o andamento das investigações sobre o assassinato de um casal de agricultores no Cantá, interior do estado.
De acordo com o delegado titular da delegacia de homicídios (DHG), João Evangelista, a polícia trabalha com a hipótese de que crimes que envolvem disputas fundiárias e com a participação de militares, tenham uma relação.
“As investigações apontam que se trata de uma briga fundiária. No mesmo áudio é exposto essa questão fundiária. Temos uma linha de investigação e observamos alguns contextos. A delegacia investiga uma análise de milícias e o envolvimento de policiais militares. Recentemente tivemos a prisão de outro policial militar em face de situações agrarias na região do Bonfim e é possível que exista uma conexão e relação entre os casos, no entanto, isso está sob investigação e apuração”, disse.
Questionada sobre qual será o posicionamento da Civil em relação ao envolvimento de militares em milícia, a Delegada Geral da Polícia Civil, Darlinda Viana disse que os culpados vão ser investigados e punidos.
“Existem agentes bons e ruins em qualquer profissão, então, isso é uma realidade em qualquer situação. O envolvimento de policiais militares em milícias vai ser devidamente apurado em cada um desses inquéritos e eu tenho certeza que a Polícia Militar está fazendo o trabalho dela junto às corregedorias pois não há interesse em manter essas pessoas de má índole em suas corporações […] A Polícia Militar é sabedora de algumas dessas informações e está apurando administrativamente para fazer as punições necessárias no decorrer das investigações”, disse Darlinda.
No dia 23 de abril na Vicinal do Surrão, no Cantá, Flávia Guilarducci, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 foram assassinatos. Áudios divulgados nas redes sociais, foi possível ouvir o barulho de seis tiros e gritos do casal. O homem morreu no dia seguinte e a mulher ficou em estado grave, mas morreu no dia 28 no Hospital Geral de Roraima (HGR).
A polícia investiga a participação de quatro pessoas no crime. Entre eles, Helton Jhon Silva de Souza, 48 anos, ex-segurança do governador Antonio Denariium (Progressistas) e capitão da Polícia Militar de Roraima (PMRR). Além disso, os agentes também prenderam Jhonny de Almeida Rodrigues. Ele e outro homem estiveram numa loja e compraram munição e também estavam juntos quando as vítimas tiveram suas terras invadidas e foram baleadas. Também estão presos, Genivaldo Lopes e Luiz da Silva.
Após o crime, os agentes da delegacia iniciaram as investigações. Eles apuraram que a mesma testemunha que prestou socorro ao casal, também recebeu ameaças de quatro homens no dia anterior.
A testemunha e o agricultor haviam combinado de fazer uma plantação de feijão numa parte da terra. Na segunda-feira a testemunha olhava o local onde fariam a plantação quando chegaram os quatro homens e um deles estava armado com uma pistola calibre 380.
“Eles foram na propriedade e encontraram a testemunha que é um policial militar da reserva. Eles fizeram a ameaça afirmando que o casal havia invadido as terras deles e, logo depois, foram embora”, relatou o delegado.
De acordo com o relato da testemunha, que ainda chegou a conversar com o agricultor sobre as ameaças, este afirmou que a terra lhe pertencia e estava toda documentada.
“A vítima disse a essa testemunha que era dono da terra e que tinha toda a documentação comprobatória, mas que já tinha recebido outras ameaças anteriormente dos suspeitos e, inclusive, registrado um Boletim de Ocorrência dessas ameaças”, disse o delegado.
Além disso, a Polícia pediu ajuda da população para localizar o empresário Caio Medeiros Porto. Ele também é suspeito de participação no crime.
Durante as investigações, a polícia confirmou que uma das vozes nos áudios veiculados na mídia e registrados no dia do crime são de Caio.
Além disso, o delegado João Evangelista, disse que nas investigações, encontrou munições na casa de Jhonny.
A equipe de reportagem da TV Imperial acompanhou o momento em que os policiais chegaram com Jhonny na delegacia. Ele falou para o repórter Edilon Albino que comprou as munições para treinar. Disse ainda que não se entregou antes porque estava esperando o advogado intimá-lo.
“Durante as arrecadações que fizemos na casa dele, foram encontradas munições não apenas adquiridas naquela dia, mas munições que estavam com ele. Todas no mesmo calibre utilizadas no dia do crime. Posso afirmar neste momento que as investigações apontam sim o seu envolvimento”, disse.
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Fonte: Da Redação
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