A Operação Yoasi que a Polícia Federal (PF) deflagrou ontem (30) pode trazer sérias consequências para os responsáveis pelos desvios de verbas do Dsei Yanomami. Especialmente para o atual e para o ex-coordenador do órgão responsável pela gestão dos processos licitatórios.
Muitas crianças foram vítimas do esquema de desvio de recursos de medicamentos no Dsei Yanomami. O grupo criminoso envolve gestores da instituição, assim como empresários e políticos de Roraima.
As investigações do Ministério Público Federal apontam que apenas 30% dos medicamentos adquiridos de uma determinada empresa foram entregues. Ou seja, o desvio pode chegar a 70%.
Com o apoio de agentes públicos, os recebimentos das entregas seriam fraudados e indicariam o cumprimento integral da contratação.
Os principais crimes investigados são fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. A soma das penas para estes crimes pode ultrapassar 35 anos de reclusão.
Gestores do Dsei Yanomami
Até janeiro deste ano, Rômulo Pinheiro era o coordenador do Dsei Yanomami. Indicação do senador Mecias de Jesus e do deputado federal Jhonatan de Jesus, ambos do Republicanos.
Ele já havia pedido demissão em outubro de 2021. Contudo, ainda permaneceu no cargo até janeiro deste ano.
Com a saída de Rômulo, o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida assumiu a coordenação do órgão. E do mesmo modo, ele também é indicado de Mecias e Jhonatan de Jesus.
Além disso, o atual coordenador do Dsei Yanomami é filiado ao partido Republicanos, sigla comandada pelo senador Mecias em Roraima.
Ramsés também tem forte ligação com o atual governador de Roraima, Antonio Denarium (PP). Desse modo, apoiou a eleição de Denarium em 2018 e a reeleição em 2022.
Fonte: Da Redação