Dois ex-secretários de Roraima e o atual gestor da Saúde Estadual estão na mira da CPI da Covid no Senado. Os requerimentos para convocar Antônio Elcio Franco Filho, Marcos Eraldo Arnoud, o Markinhos Show, e Airton Cascavel devem ser apreciados nesta semana.
A CPI da Covid tem 11 titulares, bem como sete suplentes e apura eventuais omissões do Governo Federal na pandemia do coronavírus. Desse modo, isso inclui compra de vacinas e medicamentos sem eficácia comprovada.
Nesta terça-feira (18) a CPI já deve apreciar o pedido para ouvir o coronel Elcio Franco, que esteve à frente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) de abril a junho de 2019, primeiro ano de mandato de Antonio Denarium (sem partido). Da mesma forma, Franco atuou como assessor do Ministério da Saúde na gestão de Eduardo Pazuello.
Ele foi exonerado pelo governador em meio à falta de materiais e medicamentos, assim como longas esperas por cirurgias e exames no Hospital Geral de Roraima (HGR). Depois dele, houve cinco outros secretários.
Atualmente, Airton Cascavel comanda a pasta, e o Senado pode convoca-lo para depor, pois foi assessor do ministério. Um requerimento apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), suplente na Comissão Mista, cita a necessidade de coletar o depoimento.
Markinhos cuidou da campanha de Denarium em 2018 e assumiu a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) assim que o então pesselista ganhou as eleições. Ele ficou no cargo até fevereiro de 2020, quando anunciou a ida para a África para colocar em prática alguns projetos políticos.
Os parlamentares irão ouvir Markinhos que também deve enfrentar quebra de sigilos fiscal, bancário e telemático (que inclui telefone e e-mails). É que o senador Alessandro Vieira também solicitou à comissão as informações para apurar a fundo a existência do “Ministério Paralelo da Saúde”.
No caso de Markinhos, a comissão quer entender se houve propagandas inadequadas por parte do governo à época em que Pazuello conduzia as ações de saúde, e tinha Marques como líder do marketing na pasta. Procurado pelo Roraima em Tempo, ele não quis comentar o assunto.
“Antes de assumir o cargo estratégico no Ministério da Saúde, é necessário examinar se houve linearidade no crescimento patrimonial desde o momento em que passou a ocupar a posição, como forma de averiguar se atuou com independência em referida Pasta”, justificou Alessandro Viera.
De acordo com o texto, Pazuello era amplamente criticado por fornecer informações equivocadas e contraditórias, e por manter relação conflituosa com a imprensa. Por isso, esperava-se que o Markinhos, contratado na qualidade de “marqueteiro”, fosse capaz de melhorar a comunicação do Ministério e de Pazuello.
Ele ficou responsável por defendê-lo nas redes sociais das críticas de que usualmente era alvo, durante o colapso de saúde em Manaus em janeiro deste ano. De acordo com o requerimento, o ex-secretário de Comunicação declarou:
“Com todos esses bilhões que foram para Manaus, não tiveram um centavo para montar uma fábrica de oxigênio em cada hospital? Não sobrou um real para comprar um cilindro? Enfiaram todo esse dinheiro no c… A corrupção mata!”.
Também devem ter os sigilos quebrados o vereador Carlos Bolsonaro, Ernesto Araújo ex-ministro de Relações Exteriores, Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República, e o conselheiro de Pazuello, Carlos Wizard.
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