Chega à reta final a tão propagada CPI da Saúde, na Assembleia Legislativa de Roraima. Deputados aprovaram ontem, dia 8, o relatório com 465 páginas. Tem muita coisa. Eles pedem 62 indiciamentos, ou seja, querem que 62 devolvam a grana da Sesau e passem um bom tempo na tranca, que é o devido lugar de gente corrupta.
É bom levar em consideração que, enquanto milhões eram desviados na Saúde, o povo morria (e ainda morre) aos montes no HGR, único em Roraima que trata de pacientes em estado grave com Corona.
Só para ficar registrado, o Governo Federal enviou ao governo do Estado mais de R$ 5.1 bilhões, segundo o próprio presidente falou. E grande parte desse dinheiro foi parar justamente na Sesau, que virou “a galinha dos ovos de ouro” do governador Antônio Denarium.
Tanto é que assim que foi ameaçado de Impeachment, Denarium entregou a Sesau de “porteira fechada” para Jalser Renier, que lá colocou seu “testa de ferro” Marcelo Lopes, figurinha conhecida dos federais por desviar dinheiro da malária em Mucajaí.
A CPI tem a chance agora de acabar, ou pelo menos amenizar, a sangria nos cofres públicos via Sesau. No bendito relatório são citadas 13 empresas. Uma delas está no nome de uma parente do senador Mecias de Jesus.
Aparecem também na lista, o nome do senador Chico Rodrigues, flagrado ano passado pelos federais com dinheiro do Corona dentro da cueca. Telmário Mota também está envolvido no esquema de compra de respiradores superfaturados. Quase todos os ex-secretários de Saúde de Denarium também são investigados por esquemas de desvio de dinheiro público.
O relatório agora será apresentado à Mesa Diretora da Ale para ser votado em plenário. Sendo aprovado, o documento será encaminhado ao MP de Roraima, TCE-RR, Governo de Roraima, MPF-RR, TCU e para o Procurador Geral da República. Este último devido ao indiciamento de senadores.
A CPI da Saúde foi instalada no dia 29 de agosto de 2019 e foi criada após um secretário denunciar corrupção sistêmica na Sesau.
A Comissão é integrada pelos deputados Coronel Chagas (PRTB), que é o presidente, o vice-presidente Nilton Sindpol (Patri), o relator Jorge Everton (MDB) e os membros Renato Silva (Republicanos), Eder Lourinho (PTC), que não estava presente na reunião, Evangelista Siqueira (PT) e Lenir Rodrigues (Cidadania).
Resta agora à sociedade, abatida e definhada pelo Corona, ver os corruptos na cadeia e o dinheiro devidamente restituído aos cofres da Saúde.
Lembremos: enquanto esse bandidos metem a mão na nossa grana, nossos amigos e parentes morrem no caótico HGR, sem atendimento humano, digno.
Esta CPI não pode terminar em pizza, para o bem do nosso povo.
Álvares dos Anjos – cronista
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