Os classificados no concurso da Polícia Militar de Roraima (PMRR) de 2018 convocaram um protesto para hoje (14) para cobrar nomeação aos cargos. A manifestação ocorre em frente ao Palácio do Governo, em Boa Vista.
No total, 470 candidatos aguardam para assumir o cargo. Contudo, o governador Antonio Denarium (PP) anunciou que apenas 240 serão convocados, sendo 120 na primeira etapa e 120 no ano seguinte.
Nas redes sociais, o gestor respondeu aos candidatos que a convocação ocorre “com base na capacidade orçamentária do estado”.
No entanto, para a comissão dos candidatos, a segurança pública de Roraima precisa de reforço e há dinheiro em caixa. Por conta disso, eles querem que o governo convoque os 470 classificados.
“As nossas famílias anseiam que ele chame todo mundo, queremos que pelo menos ele aumente para chamar 240 agora e 230 depois. Espero que ele seja sensibilizado com essa quantidade, porque não foi legal. Nós temos a questão migratória e as novas viaturas que precisam de mais efetivo”, disse Wagner Fontenelle, um dos integrantes da comissão.
Anteriormente, ao Roraima em Tempo, os candidatos afirmaram que o gestor já havia dito em acordo com a comissão que o governo chamaria 400 candidatos em uma data e o restante em outra.
De acordo com Fontenelle, um dos candidatos, que veio de outro estado para assumir a função, chegou até a entrar em depressão com a demora da convocação.
“Ele é de Fortaleza, Ceará, veio para cá, participou da nossa comissão e no decorrer ele ficou com depressão, pois não aguentava mais. Então, ele teve que ir embora para a cidade dele”, relatou.
Conforme ele, os convocados seguirão se reunindo e cobrando até que o governo atenda os pedidos.
Após o anúncio do governo, o deputado Jorge Everton (sem partido) questionou a medida na sessão de hoje da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Os candidatos e familiares acompanharam a sessão no plenário.
Ele destacou que o concurso já foi até pauta de audiência pública na Casa. Na estimativa do parlamentar, o Estado precisa de mais 1,5 mil policiais.
“Não adianta comprar viatura, pois viatura não anda sozinha, não adianta comprar armamento, se não tiver policial treinado para usar. Nós precisamos dar posse, formar e nomear esses policiais para melhorar a segurança pública da nossa população”, cobrou.
Ele relembrou que nos próximos dias a Casa deve votar o orçamento do estado. Então estimou que a nomeação dos novos policiais deve custar cerca de R$ 1,5 milhão por mês.
Uma das sugestões dadas pelo parlamentar é direcionar as emendas de bancada para garantir a nomeação dos policiais.
Por outro lado, o deputado Jeferson Alves (PTB) argumentou sobre a criação dos cargos comissionados no governo.
“Vai dizer que não tem dinheiro? Se não tem dinheiro para chamar os aprovados tem dinheiro para criar cargo comissionado em plena vésperas de eleição?”, questionou.
Anteriormente, em setembro, Denarium criou outras três secretarias na administração estadual. Em uma delas, nomeou a esposa Simone Denarium
No mês seguinte, a reportagem mostrou que governador enviou um projeto à ALE-RR para criar uma Fundação com 45 cargos comissionados. A estrutura tem salários de até R$ 23 mil.
Já no mês passado, os deputados aprovaram o Projeto de Lei (PL) para ampliar de 31 para 133 o número de cargos comissionados na Secretaria Estadual das Cidades, Desenvolvimento Urbano e Gestão de Convênios (SeCidades).
Dessa forma, Jorge Everton sugeriu que os parlamentares não votem projetos de cargos comissionados até que o governo resolva a questão do concurso.
Entre os deputados que se comprometeram em apoiar a pauta dos classificados estão Catarina Guerra (SD), Marcelo Cabral (sem partido), Coronel Chagas (PRTB), Gabriel Picanço (Republicanos), Nilton Sindpol (Patri) e Renan Filho (Republicanos).
Fonte: Da Redação
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