O comandante-geral da Polícia Militar de Roraima (PMRR), coronel Francisco Xavier teria deixado de vez o cargo em que ocupa para se dedicar à campanha eleitoral. Conforme alguns policiais militares, o coronel não está cuidando dos interesses da corporação e que o foco agora é a reeleição do governador Antônio Denarium (PP). E como resultado, a sua permanência no cargo.
Caso o governador não permaneça, o coronel ainda terá cerca de oito anos até seguir para a reserva [aposentadoria]. Isso significa que teria que deixar o posto e ser transferido para algum batalhão ou ser cedido a algum órgão como Assembleia Legislativa ou Ministério Público de Roraima, por exemplo.
Inicialmente, Francisco Xavier teria sido muito bem aceito como comandante por ser do quadro efetivo da PM de Roraima. Mas desde sua posse como comandante, as rédeas teriam ficado soltas e com isso os subordinados começaram a abusar da sorte.
Para alguns policiais, a impunidade é a causa de tantos problemas envolvendo membros da polícia. “A Corregedoria não investiga ou pune de forma exemplar os policiais militares que erram. Isso é um dos fatores que deixa os ‘fora da lei’ tranquilos para praticarem crimes”, disse um PM.
Enquanto o comandante cuida dos interesses pessoais, PM’s seguem envolvidos em crimes como os que ocorrem dentro dos garimpos ilegais de Roraima. Por outro lado, para piorar, a imagem da Polícia Militar, que já foi considerada a menos corrupta do país, segue de mal a pior.
Não é de hoje que o Roraima em Tempo tem noticiado a prisão de militares que fazem a segurança armada de garimpeiros. Muitos deles têm acesso livre aos garimpos e realizam o acompanhamento de cargas de ouro, bem como de cassiterita do interior até Boa Vista.
No início do ano, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu um sargento em flagrante ao fazer escolta para um carregamento ilegal de sete toneladas cassiterita.
Em outra ação, a Polícia Federal aprendeu R$15 milhões em ouro durante uma operação em Roraima. Ao todo, seis pessoas foram presas em flagrante, uma delas era um policial militar que fazia a segurança dos garimpeiros.
Além desses casos, policiais militares sequestraram e torturaram o jornalista Romano dos Anjos em 2020. Altamente treinados, eles usaram técnicas utilizadas na PM para praticar os crimes. A maioria segue presa após todos se tornarem réus no caso.
Fonte: Da Redação
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