A CPI da Covid pediu que a Polícia Federal (PF) envie cópia do inquérito que investiga o ex-secretário da Saúde de Roraima Airton Cascavel.
O ofício assinado pela presidente da comissão, Omar Aziz (PSD), é do dia 23 de agosto. Além de Cascavel, a CPI pede informações da investigação sobre o general Eduardo Pazuello.
Conforme o texto, o diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, deve enviar a documentação no prazo de cinco dias.
A comissão diz que as informações devem auxiliar na apuração das ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19.
“[…] possíveis irregularidades, bem como outras ações ou omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais, no trato com a coisa pública, limitado apenas quanto à fiscalização dos recursos da União repassados aos demais entes federados”, sustenta .
Cascavel e Pazuello
O empresário Airton Cascavel depôs à CPI da Covid no dia 5 deste mês. À comissão, ele falou sobre o período que atuou como assessor especial do Ministério da Saúde.
Contudo, um dia antes, a defesa dele pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de Cascavel ficar em silêncio. Logo depois, ministro Gilmar Mendes aceitou. Por outro lado, o empresário disse que não queria fazer o pedido.
Cascavel trabalhou ao lado do ministro Eduardo Pazuello, de junho de 2020 a março de 2021. Entretanto, de abril a maio de 2020, atuou informalmente em nome do Governo Federal, conforme denúncia.
Por isso, o Ministério Público Federal (MPF-DF) o investiga por usurpação de função pública, ou seja, por usar o cargo sem nomeação.
À CPI, ele disse que era um “facilitador” no Ministério da Saúde. Desse modo, ele afirma que trabalhava para evitar conflito nas negociações entre a pasta e os governos municipais e estaduais.
Ex-secretário
A CPI pode convocá-lo novamente. Dessa vez, para falar sobre a atuação como ex-secretário da Saúde de Roraima.
É que após sair do ministério, em março deste ano, Cascavel ganhou o cargo de secretário da Saúde no governo de Antonio Denarium (sem partido).
Ele foi o quarto secretário durante a pandemia. Dessa forma, os senadores querem informações sobre a aplicação dos recursos federais no tempo em que esteve como gestor.
Investigado
Cascavel também é investigado por suspeita de compra de votos na Raposa Serra do Sol. O esquema era para beneficiar Denarium nas eleições de 2018, de acordo com o processo.
Outra ação contra ele por suspeita de compra de votos em Caracaraí foi a julgamento ontem. Ele e Éder Lourinho compraram voto por R$ 100, segundo o Ministério Público Eleitoral. Contudo, um pedido de vista foi feito.
Por: Yara Walker