CPI da Grilagem: deputados pedem na Justiça condução coercitiva de mais quatro testemunhas que não compareceram na oitiva da Assembleia

De acordo com os parlamentares, testemunhas que não compareceram estão ligadas a um grupo próximo do Governo

CPI da Grilagem: deputados pedem na Justiça condução coercitiva de mais quatro testemunhas que não compareceram na oitiva da Assembleia
Plenário da Assembleia Legislativa de Roraima – Foto: Marley Lima/ALE-RR

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), vai pedir na Justiça, a condução coercitiva de mais quatro testemunhas que não compareceram na oitiva desta quarta-feira, 26.

De acordo com o deputado, Jorge Everton, houve a intimação para que Jairo de Lima, Ricardo Rodrigues, Larissa Rodrigues e Luís Sebastião comparecessem. Além deles, também ocorreu a intimação de Washigton Pereira. Contudo, dos cinco, apenas Pereira compareceu. O parlamentar classificou a ausência como uma atitude que atrapalha as investigações.

De acordo com o entendimento do relator, não tem como ouvir de forma separada para que eles não se comuniquem e troquem informações que atrapalhem a investigação. Vamos deliberar para que a gente dispense o senhor Washigton e que ocorra a solicitação judicial de condução coercitiva dos que não vieram […] eles estão atuando para atrapalhar o andamento dos trabalhos da CPI”, explicou.

Ligação com o Governo

Sendo assim, os deputados votaram e aprovaram a solicitação judicial. É que os investigados que seriam ouvidos nesta quarta-feira, dia 26, de acordo com Jorge Everton, tem ligação com o governador de Roraima, Antonio Denarium.

“Existem irregularidades gritantes e antecipo que pessoas ligadas diretamente ao governador Antonio Denarium estão sendo alvos da investigação. Esse núcleo de hoje, é parte de um grupo ligado diretamente ao governador […] precisamos de esclarecimentos”, disse.

Do mesmo modo, deputado Renato Silva, expôs que uma das testemunhas possui um patrimônio que não condiz com a realidade.

“Essa segunda etapa entra em um nível de grilagem altíssimo com apoio estatal e conluio com o Iteraima. Hoje, os intimados não compareceram na CPI, como Jairo que tem correlacionado com seu nome e familiares um total de área de mais de 5 mil hectares […] Nem o seu padrão de vida que ele declara, tem como comprovar tamanho patrimônio.  Estamos aqui, falando de terras que chegam a R$ 30 milhões”, disse.

Além disso, Renato lamentou a ausência das testemunhas. “E as testemunhas que poderiam está aqui hoje para esclarecer o ponto de vista delas, perderam a oportunidade de está aqui para se defender, pois já temos os documentos necessários para dar continuidade no processo” ressaltou.

Entenda

Compõe a CPI os deputados Jorge Everton (União), como presidente; Armando Neto (PL), vice-presidente; Renato Silva (Podemos), relator; e os membros Marcinho Belota (PRTB), Chico Mozart (PRTB), Neto Loureiro (PMB) e, por fim, o presidente da ALE-RR, Soldado Sampaio (Republicanos).

Como resultado, a criação da CPI das Terras teve motivação a denúncia do Ministério Público de Contas (MPC). O órgão solicitou o afastamento da presidente do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), Dilma Lindalva Pereira da Costa. Ela é suspeita de grilagem de terras públicas e favorecimento indevido na regularização fundiária da Gleba Baliza, no sul do Estado.

A primeira reunião da comissão ocorreu no município de Rorainópolis, no Sul do estado, em fevereiro. Na ocasião, os deputados receberam denúncias graves envolvendo o crime de grilagem.

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Fonte: Da Redação

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