A Justiça de Roraima decidiu pela prisão domiciliar do ex-deputado Jalser Renier, com uso de tornozeleira eletrônica.
A determinação é resultado de um pedido da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), após uma briga física entre Renier e o deputado Jorge Everton (União) em uma pizzaria de Boa Vista.
Dessa forma, o ex-deputado vai cumprir recolhimento domiciliar no período de 22h às 06h e nos dias de folga.
A Justiça também proibiu Jalser de manter qualquer tipo de contato, interação ou fazer referência aos deputados Jorge Everton, ao presidente da Casa Legislativa, Soldado Sampaio (Republicanos), e demais testemunhas envolvidas no caso do sequestro do jornalista Romano dos Anjos.
Renier também deve manter distância de 300 metros das vítimas e de todas as testemunhas. Além disso, o ex-deputado não pode entrar ou permanecer em estabelecimentos privados e públicos onde estejam as vítimas e testemunhas do caso.
Ele deve ainda comparecer a todos os atos processuais e não mudar de endereço sem prévia comunicação ao juízo.
Histórico
Jalser Renier é suspeito de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos. Ele chegou a ser preso em outubro de 2021 durante a segunda fase da Operação Pulitzer. No entanto, em dezembro do mesmo ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus ao ex-deputado e, em seguida, liberou a retirada da tornozeleira eletrônica.
Ele teve o mandato cassado no dia 28 de fevereiro de 2022 por quebra de decoro parlamentar. O processo de cassação se estendeu por três meses.
Jalser levou o caso à Justiça a fim de parar as oitivas na Subcomissão de Ética que ouviria 32 testemunhas. Ele teve o pedido atendido pelo desembargador Mozarildo Cavalcanti. No entanto, acabou derrotado no Supremo Tribunal Federal (STF).
Após as oitivas, Renier fez tudo para evitar a cassação. Moveu ações judiciais pedindo anulações, atacou o governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), o chamando de agiota bem como disparou ofensas contra outros deputados. Ele até expôs à época que o marido da procuradora-geral do Ministério Público de Roraima (MP), Janaína Carneiro, tinha cargo comissionado no Governo do Estado.
Fonte: Da Redação