Política

Justiça suspende decisão que afastou vereador Kleber Siqueira do cargo

A Justiça de Roraima deferiu o pedido do vereador Kleber Siqueira para suspender a decisão que determinava seu afastamento do cargo na Câmara Municipal de Boa Vista.

A defesa do parlamentar argumentou que a decisão inicial, proferida pelo juiz Ângelo Augusto Graça Mendes no dia 19 de julho, não considerou a suspensão da condenação criminal que havia cassado seus direitos políticos.

A condenação criminal de Kleber Siqueira está sendo revista. Enquanto isso, ele deve permanecer no cargo até o julgamento final.

Entenda

O vereador, conhecido como Klebinho, havia sido condenado por xingar policiais militares e por ter cometidos crimes de trânsito em 2022. Ele chegou a perder os direitos políticos, ficando impossibilitado de votar ou regularizar sua situação eleitoral. Diante disso, Alan do Povão entrou com uma ação na Justiça para retirar o parlamentar do cargo.

Polêmicas

Kleber Siqueira já se envolveu em diversas polêmicas com a polícia desde que assumiu um cargo na Câmara de Boa Vista. Em julho de 2022, por exemplo, a PM abordou o vereador durante patrulhamento na avenida Nazaré Figueiras com o cruzamento da avenida Sólon Rodrigues, zona Oeste da capital. De acordo com a corporação, uma guarnição avistou um veículo em alta velocidade avançando dois semáforos vermelhos.

Por estar infringindo a lei, os agentes resolveram realizar a abordagem e deram sinal para que o carro parasse. No entanto, a ordem não estava sendo obedecida de forma imediata.

Ainda de acordo com a PM, após a parada do veículo, os policiais notaram que os passageiros estavam agitados. Dessa forma, pediram para que descessem e fossem revistados. Na direção do veículo, estava uma mulher. Já em um do lados do passageiro, estava o Kleber.

Um dos policiais pediu para que ele colocasse a mão na cabeça. No entanto, conforme o agente, o vereador disse que não iria obedecer a ordem e alegou ainda que conhecia tenentes e coroeis da PMRR.

Nesse momento, de acordo com os policiais, Kleber xingou a guarnição com palavrões, usando palavras ofensivas como “seus otários” e “babacas”.

A policia também questionou se a mulher estava alcoolizada, mas ela não respondeu. Por apresentar odor de bebida e olhos vermelhos, os agentes também a conduziram à delegacia.

Já na delegacia, o vereador voltou a xingar e ameaçar os policiais e chegou a chamar um deles para a briga dizendo: “Você não é machão? Vem aqui fora que eu vou te dar um pau”.

Klebinho negou

À época, o vereador negou ter desacatado policiais militares durante uma abordagem. Conforme o parlamentar, quem estava conduzindo o veículo abordado era a esposa e que ela não havia ingerido bebida alcoólica. Disse ainda que quando ouviram a sinalização para parar, a mulher acostou o carro, acendeu a luz interna, abaixou os vidros e colocou as mãos em local visível.

Ele também negou que tenha xingados os agentes e disse que é “favorável que o cidadão respeite a polícia” e que, da mesma forma, a polícia consiga “separar o trigo do joio”.

“O vereador Kleber Siqueira aprova as meritórias ações policiais que ajudam no combate à criminalidade na nossa cidade. Contudo, não compactua com abordagem truculentas onde o cidadão é tratado como ‘bandido’”, disse na nota.

Outros crimes

Essa não é a primeira vez que o vereador se envolve em discussões com policiais. Em abril de 2021, a PMRR havia interrompido uma festa clandestina com cerca de 300 pessoas durante a pandemia. De acordo com a corporação, o vereador posicionou o carro na contramão da via pública para impedir que os veículos da fiscalização circulassem no local, momento em que discutiu com um policial militar.

Anteriormente, no mesmo mês, a Polícia Federal (PF) encontrou uma arma na casa de Klebinho durante a operação que investigava a compra de votos nas eleições de 2020.

Ele também foi preso em 2018 na “Operação Escuridão” da PF. A ação desarticulou um esquema que desviou cerca de R$ 70 milhões em recursos públicos do sistema penitenciário para o pagamento de propinas e enriquecimento ilícito.

Fonte: Da Redação

Lara Muniz

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