Manifestantes pedem que Governo do Estado cumpra lei que garante redistribuição de servidores da Cerr

Trabalhadores também protestam contra retirada de benefícios previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT)

Manifestantes pedem que Governo do Estado cumpra lei que garante redistribuição de servidores da Cerr
Foto: TV Imperial

Servidores da extinta Companhia Energética de Roraima (Cerr) se reuniram na manhã desta segunda-feira, 11, para se manifestar contra a retirada de benefícios previstos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e para pedir que o Governo do Estado cumpra a Lei 1.666/2022, que garante a redistribuição dos servidores da companhia para outros órgãos públicos.

Com banners e cartazes, dezenas de trabalhadores se posicionaram em frente ao Palácio Senador Hélio Campos. Conforme a diretora do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Roraima (STIURR), Andreia Menezes, várias famílias estão à míngua. “Estamos aqui aguardando que o governador cumpra nossa lei. Além de não cumprir a lei, ele retirou todos os benefícios que os trabalhadores já tinham. Tem trabalhador que recebeu 0 centavos. Nada de salário, porque tinha empréstimo, por exemplo”, disse.

Segundo o servidor Antônio Wellington, mesmo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o Estado se nega a efetivar a lei que criou o quadro de extinção da Cerr, que foi, inclusive, sancionada pelo próprio governador Antonio Denarium (Progressistas).

“Nós temos convivido debaixo de sol e chuva porque não temos um espaço, não temos lotação. Mesmo havendo uma decisão do Supremo Tribunal Federal reconhecendo a legalidade da lei que criou quadro de extinção, o Governo do Estado se nega a efetivar isso. Até retirou alguns benefícios de acordo coletivo. O pessoal foi penalizado com o adicional de tempo de serviço, foi penalizado com outros benefícios tendo uma redução significativa nos nossos proventos”, destacou em entrevista à emissora.

Entenda

A Cerr entrou em liquidação depois de perder a concessão de fornecimento de energia em 2016. Então, para evitar demissões em massa, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR) aprovou leis e emendas à Constituição Estadual para garantir que o Governo do Estado absorvesse os funcionários concursados, mesmo fora da Companhia.

No entanto, o próprio Governo de Roraima acionou o STF para alegar que essas mudanças ocorreram sem respeitar a competência do Executivo. E permitindo que celetistas assumissem cargos estatuários, o que seria inconstitucional.

O Supremo concordou em parte com o Governo. Assim, manteve a lei estadual que garante o aproveitamento dos funcionários, mas só para cargos celetistas, com funções técnicas, administrativas e operacionais. Ou seja, nunca para cargos efetivos ou típicos de serviços público estatuário.

A decisão do ministro cita ainda que não houve troca de regime, pois os trabalhadores continuam como celetistas, mesmo realocados dentro da estrutura do Estado.

Fonte: Da Redação

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