Os deputados têm poder para suspender a prisão de Jalser Renier (SD) devido à imunidade parlamentar. Ele foi preso durante Operação Pulitzer por suspeita de ser o mandante do sequestro do jornalista Romano dos Anjos na sexta-feira (1º).
Conforme com o rito da Casa, hoje às 15h, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) volta a analisar se mantém a prisão.
A comissão é composta pela presidente Catarina Guerra (SD) e os membros Renan Filho (Republicanos), Evangelista Siqueira (PT), Aurelina Medeiros (Pode), Jorge Everton (sem partido), Coronel Chagas (PRTB) e Lenir Rodrigues (PPS).
O relator do caso, deputado Coronel Chagas (PRTB), vai apresentar um parecer, que deve ser apreciado por todos os deputados.
Confira a lista dos deputados:
- Ângela Portela (PP);
- Aurelina Medeiros (Pode);
- Betânia Almeida (PV);
- Catarina Guerra (SD);
- Chico Mozart (Cidadania);
- Coronel Chagas (PRTB);
- Dhiego Coelho (PTC);
- Eder Lourinho (PTC);
- Evangelista Siqueira (PT);
- Gabriel Picanço (Republicanos);
- Jânio Xingu (PSB);
- Jefferson Alves (PTB);
- Jorge Everton (sem partido)
- Lenir Rodrigues (PPS)
- Marcelo Cabral (sem partido)
- Neto Loureiro (PMB)
- Nilton Sindpol (Patri)
- Odilon (Patri)
- Renan (Republicanos)
- Renato Silva (sem partido)
- Soldado Sampaio (PcdoB)
- Tayla Peres (PRTB)
- Yonny Pedroso (SD)
Sequestro e participação de Jalser
O sequestro do jornalista Romano dos Anjos ocorreu no dia 26 de outubro de 2020. Bandidos o retiraram de casa, o torturaram e em seguida o deixaram em uma área na região o Bom Intento, na zona Rural de Boa Vista.
Romano estava com pés e mãos amarrados com fita adesiva, mas conseguiu se soltar. Como resultado, ele passou toda a noite próximo a uma árvore no Bom Intento. Os criminosos também queimaram o carro do jornalista.
O Roraima em Tempo mostrou com exclusividade o documento da Polícia Civil que indicava Jalser Renier como mandante do crime.
Conforme a Civil, uma organização criminosa especializada em espionagem, inteligência, logística e segurança privada foi responsável pelo crime.
A organização era composta por policiais da ativa e reserva e funcionava dentro da Assembleia Legislativa e Jalser Renier é apontado como líder do grupo.
As investigações revelam que Jalser liderou o grupo dentro da Assembleia Legislativa entre os anos de 2015 e 2021.
Milícia
Hoje a reportagem teve acesso exclusivo a documento do Ministério Público (MPRR) que detalha a participação de Jalser Renier no crime.
De acordo com a procuradora-geral Janaína Carneiro, ele criou uma “milícia” na Assembleia Legislativa. Ela compara o sequestro de Romano um crime que ocorre em “Estados fascistas e ditaduras cruéis”.
Além disso, a intenção do crime era enviar um recado não só para Romano, mas para todos os jornalistas que criticassem o deputado.
O órgão também menciona sete situações em que evidenciam a participação do parlamentar, que resultou na prisão preventiva do deputado, na última sexta-feira.
Por Redação