O Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) apura o suposto desvio de vacinas da Operação Acolhida para vacinar servidores do Judiciário.
Nesta quarta-feira (21), o órgão informou ao Roraima em Tempo que segue o plano de imunização, e nunca autorizou ações de vacinação no prédio onde funciona o Judiciário.
“O TJRR esclarece que cumpre integralmente o Programa Nacional de Imunização, jamais solicitando, autorizando ou permitindo qualquer ação de vacinação contra a Covid-19 em suas dependências ou em seu pessoal”, disse.
Após a informação ser divulgada, o Poder afirma que tomou todas as providências legais para “esclarecimento dos fatos e a devida responsabilização”.
A denúncia do suposto desvio foi veiculada ontem (20) pelo jornalista Sérgio Ramalho. Ele atua no The Intercept Brasil, site especializado em jornalismo investigativo.
Na publicação, ele afirma que juízes do TJRR foram imunizados contra a Covid-19 com doses desviadas da Operação Acolhida, responsável por acolhimentos de venezuelanos em Roraima. No entanto, o jornalista não detalha como ocorreu o desvio.
A juíza e presidente da Associação dos Magistrados de Roraima (Amarr), Lana Leitão, negou as acusações.
Em entrevista à Rádio 93FM, nesta quarta-feira (21), a juíza disse que a denúncia não condiz com a realidade.
Lana justificou que os magistrados pertencem à faixa-etária já imunizada em Boa Vista, conforme prevê o Plano Nacional de Imunização (PNI).
“Não tem a possibilidade dos magistrados terem furado a fila, como maldosamente está sendo espalhado. Temos um compromisso com a população”, declara.
Ela disse que a denúncia iniciou há duas semanas, quando a faixa-etária de vacinação estava em 26 anos.
“Nenhum magistrado tem 26 anos. Todos os magistrados têm de 30 anos para cima e já foram vacinados no período correto de vacinação”, acrescenta.
De acordo com a juíza, a possível notícia falsa pode ser avaliada como uma tentativa de descredibilizar o Judiciário roraimense.
“Durante a pandemia as fake news [informação falsa] se tornaram uma questão grave. É para desmoralizar e para jogar o nome da magistratura roraimense, que é tão dedicada à função, nessas questões negativas, como se estivéssemos passando na frente das pessoas que realmente estão na vez de vacinar”, avalia.
Além disso, Lana Leitão esclarece que a presidência do TJRR já foi acionada pela Amarr. Na ocasião, a instituição garantiu que não há irregularidades e que o caso foi repassado ás autoridades para os devidos esclarecimentos.
Procurada pelo Roraima em Tempo, a Operação Acolhida também negou o caso. “Até o momento, não foi constatado nenhuma ilegalidade relacionada à imunização contra Covid-19”, informou.
Por Josué Ferreira, Samantha Rufino
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