“Obrigados”
O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Soldado Sampaio disse em coletiva de imprensa que os deputados foram obrigados a votar para a aprovação do aumento do ICMS. Isso porque, segundo ele, o Governo Federal impôs aos Estados uma redução drástica do ICMS, o que teria causado um desfalque nas contas do Governo de Roraima. Então para não evitar uma “calamidade”, eles precisam “reequilibrar”.
Equilíbrio
O que é mais irônico é que no texto do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, o governador Antonio Denarium diz que o Estado está em total equilíbrio fiscal. Inclusive, no mesmo dia da votação da LDO e do PL que aumenta o ICMS, Denarium protocolou um projeto onde propõe o Governo assumir as dívidas da Caer. Além disso, são constantes os envios de verbas extras para os órgãos. A Assembleia, por exemplo, somente em 2021 recebeu cerca de R$ 40 milhões de dinheiro extra do Governo. O Estado afirmou que a verba tratava-se de excesso de arrecadação. Do mesmo modo, o Governo também enviou R$ 61 milhões para a Caer. Em suma, do ano de 2020 até setembro de 2022, o governador enviou R$ 584.432.835 aos órgãos do Executivo, Legislativo e Judiciário por meio de crédito suplementar por excesso de arrecadação.
Reajuste salarial
Mas sabe o que, para os deputados, não vai causar uma “calamidade” e “desequilíbrio econômico”? O aumento dos próprios salários, o do governador, vice, secretários titulares e adjuntos. Na última sessão plenária do ano, Soldado Sampaio avisou que convocaria uma reunião extraordinária para votar o reajuste. Isso mesmo, na mesma ocasião onde foram votados PL’s que vão impactar diretamente no custo de vida do roraimense. Mas tranquilo, 4 anos passa ligeiro, o povo esquece e vota nos mesmos políticos de novo.
PEC
Os deputados reeleitos Nicoletti e Jhonatan, assim como o senador eleito Hiran Gonçalves votaram CONTRA a PEC que garante o auxílio em R$ 600 às famílias carentes. A PEC da Transição permite o aumento do teto de gastos em R$ 145 bilhões por 1 ano. Assim, viabiliza o Bolsa Família de R$ 600, Auxílio Gás, a Farmácia Popular, o adicional de R$ 150 por família com criança de até 6 anos, bem como o reajuste do salário mínimo acima da inflação. Mas se fosse a proposta fosse reprovada, isso não mudaria nada na vida deles. Até porque, eles recebem salários altíssimos para votar contra a população. Não se trata de lado A ou B. Isso tem a ver com milhares de pessoas que às vezes não sabem o que vão comer e se vão comer. É preciso olhar além do próprio umbigo.