
Atualmente, Roraima ocupa o 27º lugar do Ranking de Competitividade dos Estados, conforme levantamento do Centro de Liderança Pública (CLP). No critério educação, que possui um dos maiores pesos da pesquisa, é o terceiro pior. Desde 2018, ano em que o governador Antonio Denarium (Progressistas) assumiu o Governo como interventor, o desempenho do Estado, principalmente no setor educacional, tombou drasticamente.
No ano de 2015, Roraima ocupava a 18ª posição no ranking. Em 2016, subiu para o 17º lugar. No ano seguinte, alcançou a 16ª colocação. Após a intervenção federal de 2018 e com Antonio Denarium no comando, o Estado começou a apresentar quedas no índice de educação.
Naquele ano, Roraima figurou no 21º lugar do ranking. Em 2019, foi para 23ª colocação. Em 2020, 2021 e 2022, estagnou em 25º lugar. Já em 2023, o estado apareceu na 26º posição do ranking. No ano passado, teve uma pequena melhora, voltando para o 25º lugar, onde permanece até a última edição da pesquisa, de 2024.
Indicadores
Para fazer o levantamento, o Centro de Liderança Pública avalia vários indicadores. No pilar da educação, sete foram analisados: Avaliação da Educação; Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB); Enem; índice de Oportunidade da Educação; Taxa de Frequência Líquida do Ensino Fundamental; Taxa de Frequência Líquida do Ensino Médio; Taxa de Frequência Líquida do Ensino Infantil.
Roraima apresentou baixos índices em diversos desses indicadores, que avaliam a qualidade do ensino do país. No IDEB, por exemplo, o Estado ocupa a 25ª posição, demonstrando um desempenho insatisfatório na qualidade do ensino fundamental e médio.
Roraima também figura entre os últimos colocados nas médias das notas do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. Isso demonstra grande dificuldade na preparação de estudantes para o ensino superior.
A Taxa de Frequência Líquida do Ensino Fundamental e Médio também é um indicador preocupante para Roraima. A quantidade de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos matriculados e frequentando regularmente a escola também está abaixo da média nacional.
Exemplos
A imprensa tem divulgado exemplos muito claros desse problema. Recentemente, o Roraima em Tempo repercutiu uma notícia que foi destaque na mídia nacional: em Alto Alegre, cidade do interior do estado, mais de um terço da população com mais de 15 anos não sabe ler e escrever um bilhete simples. É o município que tem a maior taxa de analfabetismo do país. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se referem ao ano de 2022, divulgados em 2024.
O problema também é estrutural. Nesta quarta-feira, 19, uma professora da Escola Municipal Indígena Maria da Silva, em Alto Alegre, relatou em vídeos a precariedade da estrutura do local que abriga crianças em fase de alfabetização. Cadeiras e mesas quebradas, sem bebedouro, falta de material escolar, porta quebrada e até ausência de um banheiro para as crianças. Essa é a realidade dessa unidade de ensino, que funciona de forma improvisada em uma casa de alvenaria simples.
Uma medida do Governo Denarium na educação estadual que chama a atenção é a implementação de “escolas de lona”, que são estruturas que, geralmente, são instaladas dentro de unidades de ensino que estão em reforma, por exemplo. Acontece que, muitas vezes, essas tendas não suportam nem mesmo uma chuva mais forte.
Na última segunda-feira, 17, salas de aula improvisadas pela Secretaria Estadual de Educação (Seed) no Colégio Estadual Militarizado Wanda David Aguiar, no bairro Raiar do Sol, ficaram alagadas após a chuva que caiu em Boa Vista. E essa não é a primeira vez. Em agosto do ano passado, por exemplo, os alunos tiveram que voltar para casa após as águas da chuva invadirem o local.
E também não se trata de um caso isolado. O mesmo já aconteceu em diversas escolas, como foi o caso da Escola Estadual 1º de Maio, em Rorainópolis.
Mas situações como essa são apenas “a ponta do iceberg”, visto que são denunciados constantemente a falta de professores, precariedade de estrutura, reformas inacabadas, abandono e muito mais.
Esse é o lamentável retrato da educação estadual no Governo Denarium, que se autointitula o melhor da história de Roraima.