Esquema
Como foi dito aqui na coluna na semana passada, há uma informação de bastidores de que há um imenso esquema em que os preitos do interior devem decretar emergência nos municípios. Isso porque, assim, o governador Antonio Denarium fica amparado legalmente para enviar dinheiro extra. De acordo com as informações, seria algo em torno de R$ 6 milhões para cada município. Ainda segundo os bastidores, o objetivo é derramar dinheiro no interior durante a campanha suplementar que pode ocorrer com a confirmação da cassação de Denarium. Ele quer que seu vice assume o Governo, com sua cunhada como vice-governadora.
Começou
E, pelo visto, o esquema já começou a ser executado. Na semana passada, o prefeito de São Luiz decretou emergência financeira devido as dívidas. Ele é do mesmo partido do governador. Já na sexta-feira passada, a prefeita de São João da Baliza, Luiza Maura, que também é do partido de Denarium, decretou emergência. Segundo o decreto que ela assinou, o motivo é pela seca prolongada na região.
Chuvas
Mas, apesar do decreto da prefeita de Baliza, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de chuvas intensas para todo o Estado. Até quarta-feira, 29, o Inmet prevê pancadas de chuva e trovoadas isoladas para São João da Baliza. Desse modo, torna-se desnecessário um decreto de calamidade. Além disso, no ano passado, o estado de emergência em nove municípios de Roraima, foi reconhecido apenas em fevereiro, após um longo período de queimadas. No entanto, São João da Baliza ficou de fora, por não haver necessidade. À época, o município registrou 37 focos de incêndios em 24 dias do mês de fevereiro. Já neste mês de janeiro, na data em que a prefeita decretou emergência, Baliza registrou 17 focos em 24 dias de janeiro. Por conta disso, é imprescindível o acompanhamento do MP e de outros órgãos fiscalizadores.
Mucajaí
Outro município que deve decretar emergência financeira é Mucajaí. Isso porque o prefeito Chiquinho Rufino já andou pela mídia da capital afirmando que o município está afundado em dívidas. O que significa que ele deve estar apenas acertado os últimos detalhe$ para publicar o decreto. Apesar de suas afirmações, a gestão anterior diz que deixou dinheiro no cofre da prefeitura. Chiquinho é do partido de Mecias e recebeu apoio irrestrito de Denarium nas eleições. Mucajaí, inclusive, era o único município do interior onde a gestão não fazia parte do grupo de Denarium e Mecias. E foi também um dos municípios onde mais a Polícia Federal identificou compra de voto e corrupção nas eleições do ano passado.
Próximos
De acordo com os bastidores da política roraimense, nos municípios onde os prefeitos foram reeleitos ou que foram eleitos com apoio do gestor anterior, a ideia é que o decreto seja pela estiagem. Já nos municípios onde os prefeitos são de novas gestões como Mucajaí e São Luiz, o combinado é que o decreto seja pela questão financeira. Então vamos aguardar o que vai sair de Rorainópolis (reeleição), Caroebe (reeleição), Alto Alegre (reeleição), Normandia (reeleição), Pacaraima, Caracaraí (reeleição) e Cantá (reeleição). Há ainda os municípios em que os novos prefeitos darão continuidade à gestão e acordos políticos como Pacaraima, Bonfim e Iracema. E, por último, tem Uiramutã, onde o governador tentou vencer o atual prefeito, mas não conseguiu. Porém, não se sabe até que ponto há ou não um acordo político atualmente entre eles. Aguardemos!