Pais vão passar o cadeado
Pais de alunos da Escola Estadual 1º de Maio, localizada na Vila do Equador, município de Rorainópolis, resolveram realizar uma manifestação como forma de mostrar a insatisfação com a estrutura precária da unidade. Como Santuário Junior, pai de um aluno, disse, eles vão “passar o cadeado” e impedir o retorno das aulas, que deve ocorrer na próxima segunda-feira (27). É que a infraestrutura apresenta risco para os alunos que lá estudam. As paredes rachadas, pintura desgastada e o telhado quebrado são alguns dos problemas apontados pelos pais. Quando chove, não há para onde correr. Até mesmo o telhado da quadra poliesportiva, que é palco para todos os eventos da Vila do Equador, quase não existe mais. Os moradores pediram ajuda do Governo do Estado para que olhem para eles, que se sentem abandonados pelo poder público.
Pais desmentem propaganda enganosa?
Mas o que o governador Antonio Denarium sabe mesmo fazer é propaganda. Mas há quem conteste a veracidade delas. Pais de alunos da Escola Estadual Indígena Santa Luzia, em Amajarí, por exemplo, procuraram a imprensa para desmentir uma publicação do Governo do Estado. Eles denunciam propaganda enganosa sobre a educação indígena, uma vez que as unidades de ensino não possuem estrutura adequada e estão com o início do ano letivo atrasado. Conforme vídeo publicado esta semana nas redes sociais, o Governo “preza pelo respeito à educação e à cultura dos povos indígenas”, além de investir no ensino de qualidade de 260 escolas. Por outro lado, a mesma publicação chamou a atenção de pais da Comunidade Três Corações, que disseram que as informações apresentadas no vídeo não condizem com a realidade vivida pelos alunos da região.
Yanomami
A ida do senador Chico Rodrigues à TI Yanomami gerou mal-estar entre os parlamentares. Para eles, a viagem feita por Chico, que é presidente da comissão, não foi objeto de acordo no grupo. Os governistas querem agora que Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, aumente o número de membros do colegiado para formar maioria. Hoje, são cinco parlamentares, dos quais três são de Roraima e vistos como pró-garimpo: Chico Rodrigues, Mecias de Jesus e Hiran Gonçalves. Pacheco, conforme os aliados, resiste à ideia por considerar que o debate é de interesse de senadores locais. Por outro lado, considerando que os senadores de Roraima são declaradamente a favor do garimpo, aliados do Planalto temem que o relatório final da comissão favoreça os garimpeiros, e não os indígenas. Por isso, se não conseguirem convencer Pacheco a mudar o perfil da comissão, os senadores querem buscar formas para enfraquecer o resultado.
Amenizou
Apesar de também já ter se posicionado a favor, o governador de Roraima, Antonio Denarium usou a tribuna da ALE-RR nesta quinta-feira (23) para amenizar a imagem negativa de sua gestão sobre a crise dos Yanomami. Além disso, afirmou que é contra o garimpo em terras indígenas. Denarium leu toda a mensagem governamental e se eximiu da responsabilidade com os povos indígenas. Ele disse que a competência é do Governo Federal.
Só contribuiu com o garimpo
Ele disse que é contra, mas suas ações como governador dizem outra coisa. Um exemplo disso é que ele atuou em duas leis que beneficiaram a prática, Sendo uma delas em terras indígenas. Em 2020, ele criou a lei que autorizava o uso de mercúrio em garimpos, que foi derrubada pelo STF. Já em julho do ano passado, sancionou a lei que proibia a destruição de maquinários usados em garimpos ilegais. O STF também derrubou. Como resultado, houve o aumento no número de garimpos ilegais na TI Yanomami. Conforme entidades indígenas, haviam mais de 20 mil garimpeiros na região. Assim, houve também o agravamento de problemas de saúde dos indígenas. Mais de 570 crianças morreram por desnutrição, malária e outras doenças.
Novo prazo
A sorte é que o Governo Federal já se movimenta para mudar essa realidade. Entre as medidas está a redução de prazo para saída voluntária de garimpeiros da Terra Yanomami. Eles têm até o dia 6 de abril para deixar a região. Seja por meios aéreos ou por embarcações. Antes, o prazo era até o dia 6 de maio. No entanto, os Ministérios da Justiça e Defesa resolveram antecipar o fechamento do espaço aéreo. Isso para acelerar a saída dos não indígenas.