Mas já?
Como esperado e já noticiado por esta coluna, o Governo de Roraima lançou às pressas a Expoferr 2024 para tentar movimentar os bastidores da apagada campanha de Catarina Guerra. O evento anunciado nesta quinta-feira, 12, só vai acontecer em novembro e tem valores milionários semelhantes aos do ano passado, que aliás foi marcado por uma série de escândalos com direito a investigação em contratos. Além disso, Denarium não se preocupa em sequer disfarçar seus reais interesses com o evento. É que durante a divulgação da data, o próprio governo deixou claro que não definiu as atrações musicais e ainda disse que quem vai ajudar na escolha é a população. Senhor govenador, se depender do povo e a avaliação de suas ações como gestor, que é uma das piores do país conforme a pesquisa Atlas deste ano, essa festa muito provavelmente não aconteceria com o dinheiro público tão mal aplicado.
‘No circo tinha palhaço? Não, senhor’
Por falar em dinheiro da população, a Expoferr deste ano deve custar aos cofres públicos R$ 17 milhões. Ano passado, o Governo contratou uma empresa e transferiu de forma imediata o valor integral para a contratada. Acontece que o Estado fez isso em um passo a passo totalmente irregular e sem transparência. O resultado foi a investigação no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR).
E não parou por aí. O órgão avaliou como preocupante a realização da despesa no momento em que o governador Antonio Denarium (Progressistas) havia editado um decreto de contenção de gastos em poucos dias. Na ocasião, ninguém riu, até porque o povo não é palhaço e cobrou explicações.
E pior ficou…
O secretário de Agricultura, Márcio Grangeiro, chegou a ter as contas bloqueadas por determinação do TCE-RR. Além disso, em auditoria, identificou um superfaturamento de R$ 3.326.250,00 em um outro contrato do evento. O Governo resolveu contratar uma outra empresa para executar serviços semelhantes à empresa que recebeu os R$ 17 milhões, só que essa segunda empresa não fez nenhum serviço. E pode? Não pode! O TCE-RR constatou pagamentos em duplicidade, o que, conforme o órgão, vai contra os princípios da legalidade, moralidade, economicidade, entre outros.
Investigação segue até hoje
O escândalo foi tão grande que foi comprovado que Antonio Denarium sabia da ilegalidade e mesmo assim assinou autorização de pagamento. E como chama a pessoa que é conivente com um crime?
Vale lembrar que o TCE-RR ainda não concluiu a investigação da Tomada de Contas Especial. No entanto, há grandes chances de que o governador Antonio Denarium, o secretário de Agricultura Márcio Grangeiro, os fiscais do processo na Secretaria, assim como a empresa Brasil Shows tenham que devolver dinheiro, pagar multa e ainda ficarem impedidos de assumir cargo público por 8 anos, caso a Justiça seja feita.
Mudando de assunto…
É verdade que o Governo se empenha para construir uma imagem nas redes sociais enquanto nada funciona na vida real pela má vontade da gestão. Um exemplo disso são os moradores do João de Barro que não tiverem tempo de comemorar o novo sistema de abastecimento de água por lá. A obra custou R$ 14 milhões, contudo, a água só chega a algumas casas durante a madrugada, momento em que fazem armazenagem para usar ao longo do dia. E olha que o Estado teve tempo de sobra para executar a obra. Houve um atraso de um ano e meio para a entrega. Alguém aí já está familiarizado com essas demoras e inaugurações meia boca de Denarium?