Bateu o desespero
Horas após o resultado da Sessão do TRE, que resultou na decisão pela cassação do mandato de Antonio Denarium, ganhar destaque nos principais noticiários nacionais, começou uma verdadeira onda forçada de apoio ao governador cassado nas redes sociais.
Secretários, políticos e cargos comissionados foram obrigados a compartilhar a nota do governador cassado. Depois, foram orientados a colocar uma foto com Denarium e um texto de apoio.
Claro que tudo devidamente orquestrado. Porque quem não postasse, corria o risco de perder imediatamente, o cargo ou a mamata junto ao Governo.
Logo, o que deveria ser uma campanha espontânea de apoio a Denarium, se tornou uma confirmação do desespero do governador cassado que pressionou servidores e políticos aliados a fazerem tais postagens. Ao invés de atrair a simpatia do público, o desespero de Denarium cansou quem estava nas redes sociais.
Não é de hoje
Não é de hoje que servidores relatam que têm que compartilhar as ações do Governo nas suas redes sociais pessoais. O próprio governador pede, de vez em quando, durante as solenidades que as pessoas façam isso. E quem acompanha ele por aí sabe que é verdade. Há quem diga que os servidores são até monitorados e que há até tabelas com rankings de quem curte, comenta ou compartilha mais.
Não tem jeito
Por mais que o governador tente usar os servidores para comover o judiciário com as publicações de apoio, é importante lembrar que ele cometeu um crime. Que ele se beneficiou do dinheiro público para obter vantagem nas eleições de 2022. Entregar cestas básicas para 50 mil famílias nas vésperas da votação é sim uma grande vantagem em relação aos outros candidatos. E nem é preciso uma decisão da Justiça para se entender isso. É logico que quem paga mais, leva mais. Dessa forma, o TRE-RR não fez outra coisa que não seja o eu trabalho: analisou, ouviu testemunhas e julgou. E, do mesmo modo, fará o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Mais processos
O TRE-RR deve analisar nos próximos dias mais dois processos que podem levar à cassação de mandato de Denarium e Edilson Damião. Uma das ações envolve o uso do programa Morar Melhor, pelo qual o Governo reformou casas de pessoas de baixa renda durante as eleições de 2022 e outros fatos que configuram abuso de poder econômico ou conduta vedada. A outra ação trata daqueles R$ 22,6 milhões que o governador pagou a um empresário como indenização pela desapropriação do terreno onde hoje está a Praça das Fontes, ao lado do Totozão. Nesse caso, além do pagamento feito sem a anuência da Justiça a apenas cinco dias das eleições, há uma outra ação relacionada ao caso no TJRR. E, ao que tudo indica, a Justiça Eleitoral irá utilizar as provas (mais que robustas) do processo do TJRR. Ou seja, Denarium pode ter o mandato cassado novamente.
Escândalos
Além de vários processos eleitorais, o governador tem conservado uma imagem muito negativa. Em 2020, por exemplo, durante a pandemia ele virou manchete nacional após o escândalo dos respiradores em que a Sesau pagou R$ 6 milhões antecipadamente pelos equipamentos. Enquanto isso, pacientes morriam no HGR pela falta deles. Além disso, também teve o caso do desvio de verba da Covid em que a Polícias Federal, durante uma operação, encontrou R$ 33 mil na cueca do senador Chico Rodrigues, suspeito de participar de um esquema que desviou pelo menos R$ 20 milhões de verbas da Covid.
Garimpo ilegal
Outro escândalo nacional ocorreu quando a PF cumpriu mandados na casa de sua irmã, Vanda Garcia para apurar envolvimento com o garimpo ilegal através de venda de ouro da Terra Yanomami. Os policiais federais também cumpriram mandados na casa do sobrinho do governador, Fabrício Almeida.
‘Bichos’
Em meio a ações do Governo Federal para combater o garimpo ilegal em Roraima, O governador deu uma entrevista a um jornal de abrangência nacional, a Folha de São Paulo, em que disse que os Yanomami precisam de ‘aculturar’ e que não podem viver no mato feito bichos. Uma fala totalmente preconceituosa, que jamais poderia sair da boca de um chefe de Estado. Como resultado, Denarium agora responde a um processo na Justiça Federal. Apesar de alegar que a Folha de São Paulo tirou sua fala de contexto, o jornal explicou ao Ministério Público Federal que tinha como provar e entregou a gravação da entrevista na íntegra.
Manobra do Republicanos
O Republicanos, partido de Mecias de Jesus, tentou uma manobra para manter o vice-governador Edilson Damião fora do processo de cassação e, assim, estender seus tentáculos de vez sobre os cofres do Governo do Estado. Dessa forma, tentou entrar na ação, em plena votação do mérito. Ou seja, nos últimos segundos do segundo tempo. No entanto, os juízes se manifestara contra. E com razão, não é? Passou todo o processo sem se manifestar e vem pedir espaço uma hora dessas? Menos, não é Mecias.