Sem merenda
Uma denúncia feita pelo ex-secretário adjunto da Secretaria Estadual dos Povos Indígenas, Dilson Ingarikó, revelou que as escolas estaduais indígenas na região Ingarikó, na Terra Raposa Serra do Sol, estão sem receber a merenda escolar desde 2022. Ao todo, são aproximadamente, 500 alunos prejudicados. Além da falta de merenda, os professores enfrentam desafios para lecionar já que não tem material pedagógico para suprir as necessidades didáticas.
Acesso
Para justificar o descaso, o Governo de Roraima alegou que as escolas ficam em áreas de difícil acesso, alcançadas apenas por via aérea. No entanto, no ano passado, o próprio governador Antonio Denarium, em plena campanha de 2024 e interessado em promover aliados políticos, utilizou um helicóptero para visitar exatamente essas regiões e ainda levou comitiva. Fica evidente que, quando há interesse, a dificuldade deixa de ser obstáculo.
Aliado 1
Outro ponto que chama atenção é que Dilson Ingarikó era, até pouco tempo, um dos aliados de Antonio Denarium. No entanto, o líder indígena relatou que, mesmo ocupando o cargo de secretário adjunto, nunca teve a oportunidade de dialogar com o governador, com representantes da Educação ou da própria Secretaria dos Povos Indígenas. O contraste na dificuldade de diálogo expõe a forma seletiva que Denaium trata pessoas enquanto lhe interessa.
Aliado 2
De acordo com a coluna Mete Bronca, quando foi nomeado, Dilson recebeu do Governo uma Hilux, que segundo denúncia, ainda hoje estaria sendo usada por ele para assuntos pessoais. O Estado teria justificado que o veículo era, na verdade, uma doação destinada a uma associação. No entanto, mesmo não ocupando mais o cargo de secretário adjunto, Dilson continua utilizando a caminhonete, um exemplo claro de como o Governo compra apoio em comunidades distantes, sem se preocupar com as reais demandas da população.
Corrupção
Ao que parece, Antonio Denarium adquiriu o hábito de comprar apoio, nomear suas escolhas minuciosas e tentar influenciar o maior número de pessoas a acreditarem que o trabalho que faz, está “cada dia melhor” quando na verdade, há um esquema de corrupção imperando por onde passa. Fica também o alerta sobre as consequências do voto vendido por promessas que não irão se cumprir. É uma espécie de “efeito borboleta” que causa grandes danos em uma comunidade inteira.
Crise
Os recentes escândalos envolvendo a Seed e a merenda escolar revelam apenas a “ponta do iceberg” de uma crise na Educação. São operações da Polícia Federal investigando o desvio de verbas na Pasta, servidores ousados furtando alimentos que deveriam abastecer as dispensas das escolas e ainda aqueles que tratam os carros do Governo como se fossem veículos particulares usados até para idas à academia, por exemplo. Enquanto isso, escolas estaduais seguem funcionando embaixo de lonas, em uma gestão que entrega ao roraimense apenas descaso, servido em doses cada vez maiores.
Da Redação

