Pegando fogo
As movimentações políticas nos bastidores do Governo de Roraima estão pegando fogo. O governador deve fazer mudanças na Educação e na Saúde ainda nesta semana. Deputados pressionam Denarium através de denúncias para barganhar essas duas secretarias. E, assim, Cecília Lorezon deve sair da Sesau e Nonato Mesquita da Seed. Na Sesau, um deputado médico está apontado para assumir o cargo. Por outro lado, na Seed, a briga tem sido bem mais acirrada. Pois a primeira-dama Simone Denarium quer colocar a irmã de volta. No entanto, Soldado Sampaio e Mecias de Jesus disseram que não abrem mão do cargo. E, assim, o governador fica dividido entre colocar familiares ou indicados para gerir a Educação de mais de 70 mil jovens de Roraima. Enquanto a prioridade devia ser escolher alguém com capacidade para o cargo.
Barganhou
Ao que tudo indica, Soldado Sampaio usou o pedido de impeachment do jornalista Bruno Perez para barganhar com o governador. Com a relação estremecida desde janeiro, Sampaio se reuniu com Denarium na semana passada. Logo depois, Denarium publicou foto com ele nas redes sociais e citou ‘harmonia entre os Poderes’. Ou seja, se entenderam e o impeachment vai para a gaveta. E pode esperar que a definição do novo nome para a Seed, que estava sob negociação há várias semanas, agora vai sair. E vamos observar quem sai ganhando o que. Porque perdendo todos já sabe quem sai: a população que precisa da educação do Governo.
Quem perde é o povo
Quem sai perdendo com tudo isso, como sempre é o povo. São duas secretarias grandes e de serviços de extrema grandeza e delicadeza. A Educação, por exemplo, tem que ter muito planejamento. Não dá para ficar trocando de titular toda hora. A Sesau então, nem precisa explicar. Parte desse grande problema que é o serviço de saúde em Roraima, é resultado da troca de gestores da pasta. Caso se concretize a saída de Cecília, será 12ª vez que Denarium muda o titular. E, desse modo, usando a Sesau como moeda de troca, o serviço oferecido ao povo continuará de péssima qualidade.
Barganha também
O deputado Jorge Everton está fiscalizando os graves problemas de estrutura da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. Isso mesmo. A reforma do prédio vai fazer três anos em abril. E maternidade funciona naquela estrutura insalubre de tendas e lonas há dois anos e nove meses. Mas aprece que só agora o nobre deputado notou. Ele até pediu explicações sobre a possível perda de emendas federais que, conforme ele, somam R$ 36 milhões. Destes, R$ 17 milhões são referentes à reforma da maternidade. É uma pena que somente agora o nobre deputado tenha enxergado os graves problemas da Saúde de Roraima. Mas, enfim, todos sabem o verdadeiro motivo de ele somente agora demonstrar preocupação com os problemas da saúde de Roraima.
O povo tem que refletir
O povo deve, desde já, começar a refletir sobre as escolhas que fazem. Votar a cada dois anos não é apenas ir na urna, apertar o número do candidato e ali acaba o dever do cidadão. Votar é escolher quem vai cuidar da sua vida de um modo geral. Cuidar da escola dos seus filhos; das cirurgias dos seus pais; do hospital que você pode precisar no futuro. E depois fiscalizar o que aqueles que receberam seu voto estão fazendo ou cobrar o que deixaram de fazer. Hoje em dia, com as redes sociais, basta acompanhar as notícias e as páginas dos políticos. É aquele velho ditado de cada um fazer a sua parte.
Responsabilidade 1
A princípio, os deputados também são responsáveis pela falta de dignidade que pacientes enfrentam naquela maternidade de lona. Em suma, eles estão calados desde o início do problema. Apenas o Dhiego Coelho esteve lá para fiscalizar. Fora ele, nenhum outro deputado fez esse trabalho pelo qual recebem dezenas de milhares de reais para fazer.
Responsabilidade 2
Mas vale destacar que o próprio povo também tem sua parcela de responsabilidade. Afinal, reelegeram boa parte destes deputados, o governador e até mesmo um senador que é médico, mas nunca se importou com a saúde dos eleitores. Somente com a dele e a de seu bolso. Então, é hora de começar a reagir e cobrar. Se tem deputado cobrando explicações do Governo agora, vamos cobrar também daqui há uma ou dias semanas depois de acordos fechados.