Dívida milionária da Sesau pode deixar pacientes, acompanhantes e servidores de unidades de saúde do Estado sem alimentação

Empresa responsável pelo serviço informou vai suspender o serviço a partir de hoje por causa de uma dívida de R$ 12,6 milhões do Governo. Em ofício, a firma relata estar em situação de colapso financeiro. Logo, não possui recursos suficientes para garantir a prestação do serviço de forma integral

Dívida milionária da Sesau pode deixar pacientes, acompanhantes e servidores de unidades de saúde do Estado sem alimentação
Fachada da Secretaria de Saúde (Sesau) de Roraima – Foto: Arquivo/Roraima em Tempo/Edinaldo Morais

Dívida

A empresa responsável por fornecer alimentação para 25 unidades de saúde em Roraima vai suspender o serviço a partir desta segunda-feira, 21, por causa de uma dívida de R$ 12,6 milhões da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Em ofício enviado à ouvidoria da Pasta na sexta-feira (18), a empresa relata estar em situação de colapso financeiro. Logo, não possui recursos suficientes para garantir a prestação do serviço de forma integral.

Não é a primeira vez

A mesma coisa aconteceu em julho. Por causa da dívida milionária da Sesau, a empresa suspendeu parcialmente os serviços, deixando acompanhantes e funcionários sem alimentação. Um mês antes, Controladoria Geral da União (CGU) notificou a Sesau e solicitou à secretária Cecília Lorenzon para que informasse por qual razão os recursos federais repassados ao Estado de Roraima não foram utilizados para a quitação dos serviços. É lamentável que a falta de compromisso de uma gestão tenha que afetar tanto as pessoas dessa forma.

Indícios de superfaturamento

A reportagem do Roraima em Tempo revelou que um relatório de auditoria do Tribunal de Contas de Roraima (TCE-RR) apontou graves irregularidades na condução do processo licitatório que resultou na contratação da empresa MedTrauma pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) por R$ 30 milhões. Uma das constatações é o superfaturamento de R$ 2,6 milhões na aquisição de Órteses, Próteses e Materiais Especiais.

Acontece que a auditoria sugeriu inicialmente a retenção do sobrepreço e eventual suspensão dos pagamentos. No entanto, o TCE entendeu que as medidas podem acarretar na interrupção imediata de um volume significativo de cirurgias ortopédicas. Por outro lado, resolveu adotar medidas menos rigorosas.

A estiagem e o fogo

A população deve ficar atenta ao calendário de queimadas controladas durante a estiagem para cobrar ao Governo ações mais enérgicas. Isso porque, ano passado, o Estado liberou 55 licenças de queimadas, mas não fiscalizou como deveria. E, como resultado, causou problemas de saúde na população, prejuízos para agricultores e para os grandes também. É essencial que o órgão ambiental fiscalizador, a Femarh, acompanhe, de fato, essas licenças e, se for o caso, que suspenda antes de causar os estragos que ocorreram no início deste ano.

Bombeiros

E por falar nisso, o Corpo de Bombeiros segue sem um concurso para contratar novos militares. Apenas 341 bombeiros estavam disponíveis para combater o fogo em todo o estado na última estiagem. E, segundo uma denúncia enviada ao Roraima em Tempo, muitos bombeiros estão sendo colocados em funções administrativas para que os indicados de políticos como Mecias de Jesus, por exemplo, possam ser promovidos. Conforme a denúncia, somente na semana passada, o comandante-geral colocou mais de 10 militares à disposição em funções administrativas e em escolas militarizadas.

 

 

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