Há três anos, a maternidade de lona do governo Denarium tem aterrorizado a vida das famílias roraimenses. O local já acumula mais de 300 mortes de recém-nascidos em um cenário de total desprezo pela vida das pessoas.
Nesta quinta-feira (22), por exemplo, o print de uma conversa entre médicos da unidade vazou para a imprensa. Eles criticavam a falta do clamp, aquele item que prende o umbigo do bebê após o parto. O objeto previne hemorragias e infecções em recém-nascidos. Os médicos disseram que, na falta do clamp, eles teriam que usar a velha liga de borracha. A Secretaria de Saúde (Sesau) nega tudo.
Apesar do cenário de horror, o Governo pretende continuar o contrato de aluguel das tendas, mesmo após a entrega da demorada reforma da Maternidade Nossa Senhora de Nazareth. A Sesau disse que o local vai funcionar como retaguarda.
Enquanto isso, a secretária de Saúde, Cecília Lorezon, participa de bandeiradas da candidata do grupo governista à Prefeitura de Boa Vista. Já pensou a Cecília como secretária municipal de saúde gerindo Hospital da Criança? E pior ainda, bem ao lado daquela estrutura de lona? Ficaria até mais prático alugar o espaço e transformar no Hospital da Criança de Lona com a justificativa de que o hospital não comporta a demanda.
Quem fiscalizou a maternidade de lona?
E por falar nisso, a atual candidata do grupo do Governo (Denarium, Mecias, bem como Hiran, Edilson Damião e etc…) fiscalizou quantas vezes a maternidade de lona? Quantas fotos de Catarina Guerra no local já foram vistas nas redes sociais? Quantos vídeos e quantos discursos na tribuna da Assembleia Legislativa?
O grupo tem ainda o apoio de outras quatro deputadas, representantes do eleitorado feminino: Joilma Teodora, Tayla Perez, ângela Águida, assim como Aureliona Medeiros. Qual delas vestiu a camisa e defendeu as mulheres de Roraima que têm sua dignidade ferida naquela maternidade de lona?
Nem mesmo o contrato de aluguel de R$ 13 milhões foi fiscalizado. Assim como a própria estrutura que, como a imprensa já mostrou, recebe a visita diária de ratos, baratas e outros insetos. Sem falar na situação de emergência que as gestantes enfrentaram quando ocorriam fortes chuvas com ventos e alagava a unidade. Faltava luz, a água corria pelos corredores, teto e centrais caiam e as deputadas nunca se manifestaram.
E a dignidade das gestantes e sues familiares que pagam altíssimos impostos, como fica?