Maternidade de lona, 300 bebês mortos em um ano, escolas de lona e sem merendeiras: as consequências da venda do voto

É o próprio povo que paga pela compra de votos. Algumas pessoas pagam com a própria vida, como ocorre na maternidade de lona

Maternidade de lona, 300 bebês mortos em um ano, escolas de lona e sem merendeiras: as consequências da venda do voto
Foto: Montagem

Negociação

Em uma rápida análise na atual realidade vivida pelo povo de Roraima, constata-se uma verdadeira tragédia política. Em 2022, o que mais se viu em Boa Vista e nos municípios do interior foram relatos de compra de votos. Muitos eram os valores e as negociações. Uma leitora desta coluna relatou que sua mãe recebeu, de um então candidato a deputado muito próximo ao governador Antonio Denarium, R$ 500 na semana anterior à eleição. E caso ele fosse eleito, ela receberia mais R$ 500. O que se concretizou na semana seguinte. O combinado seria que a mulher e sua família votasse no candidato a deputado e no governador.

Compra de voto

E assim venceram as eleições, o tal deputado e o governador. Entretanto, Denarium encarou vários processos eleitorais. Três deles terminaram na cassação de seu mandato. Todos por compra de votos. E o que é anda mais grave: com dinheiro do Governo do Estado, que é do próprio povo. Agora, Denarium está prestes a receber a martelada final do TSE, que logo logo deve colocar em pauta os três processos.

Corrupção mata

Mas, o que mais dói na população são as consequências da corrupção. Aqueles próprios que receberam benefícios para votar em Denarium, hoje amargam embaixo de uma maternidade de lona. Em uma no, cerca de 300 bebês morreram na unidade. E, apesar de a Secretaria de Saúde culpar as próprias mães ao afirmar que não fazem pré-natal, crianças seguem morrendo. E mães também. É isso aí, minha gente. Corrupção mata. Enquanto isso, a reforma do prédio da maternidade segue mudando a data de entrega. E milhões e milhões sendo gastos na obra.

Sem merendeiras, sem aula

Outra grave consequência de um Governo eleito com votos comprados é a falta de merendeira nas escolas indígenas estaduais. O Governo abriu processo seletivo, mas no meio do caminho decidiu fazer a contratação por meio de empresa terceirizada. Enquanto isso, as escolas indígenas completaram cinco meses sem os profissionais para fazerem a merenda dos alunos. Por conta disso, decidiram paralisar as atividades e fizeram manifestação.

Escolas de lona

Além de tudo isso, ainda tem a questão das escolas de lona, em que o governador, simplesmente decidiu contratar uma empresa por R$ 8 milhões para montar salas de aulas de lona. Desse modo, alunos enfrentam chuva, calor e risco de vida, como é o caso de São João da Baliza em que a estrutura improvisada não tinha condições elétricas para funcionar. Vale lembrar que a atual gestão, em seis anos, não construiu nenhuma escola e reformou pouquíssimas.

Consequências

Todos os problemas citados acima são apenas uma pequena parte das consequências de uma escolha política baseada na compra de votos. O Governo pode e deve desenvolver ações sociais para a população como entrega de cesta básica e reforma de casas. Mas não pode usar isso em favor de um político em uma eleição. Pois isso já mostra a verdadeira intenção, que não é promover saúde e educação de qualidade para os nossos filhos. E sim, se beneficiar do quer a estrutura governamental para si próprio.

 

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