Mecias de Jesus sempre teve conhecimento da crise dos Yanomami

Em seu PL para liberar garimpo em terras indígenas, o senador cita a desnutrição e fome dos Yanomami

Mecias de Jesus sempre teve conhecimento da crise dos Yanomami
Senador Mecias de Jesus – Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

O senador Mecias de Jesus disse ter ficado “estarrecido” com a situação vivida pelos Yanomami na última segunda-feira (23). Além disso, ele culpou adversários políticos pela tragédia daquele povo.

Mas acontece que, eu seu PL para liberar o garimpo em terras indígenas, Mecias discorre sobre a crise dos Yanomami. Ele cita, inclusive, a desnutrição.

“A realidade do indígena não é essa mostrada nas telas de cinema, muitos passam fome e a desnutrição já é uma triste realidade. Cito como exemplo os ianomâmis”, escreveu em um trecho do PL.

Em outra tentativa de fugir dos holofotes, Mecias chegou a dizer que a divulgação sobre a crise humanitária dos Yanomami trata-se de sensacionalismo. Pior ainda: ele deu entender que os indígenas são venezuelanos. Ou seja, fake news. E tentar envolver o tema dos migrantes venezuelanos é também uma crueldade. Pois tira o foco da tragédia dos Yanomami.

Cabe ressaltar que Mecias e seu filho Jhonatan de Jesus indicaram os três últimos coordenadores do DSEI-Yanomami. E que foi na gestão de um deles, o Rômulo Pinheiro, que a crise dos Yanomami se intensificou.

O período de sua administração do DSEI-Y sobre a proteção de Jhonatan, também coincide com o agravamento da crise dos Yanomami. Aumentou o número de crianças e adultos desnutridos, assim como o de mortes.

Mas antes de Rômulo, Mecias havia indicado Francisco Dias Nascimento Filho. E depois de Rômulo, quem assumiu o DSEI-Y foi o ex-vereador de Mucajaí, Ramsés Almeida. Também indicação de Mecias de Jesus.

Desvio de verba de medicamentos

A operação da Polícia Federal que ocorreu em 30 de novembro do ano passado apura o desvio de verba de medicamentos do órgão.

Pela falta destes remédios e insumos, muitas crianças morreram. A empresa que a PF investiga também é investigada por desvio de verbas da Covid-19 na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau).

A empresa até mudou de nome depois da repercussão da CPI da Saúde na mídia local, onde, do mesmo modo, passou por investigação.

O contrato da firma era para para fornecer medicamentos. No entanto, segundo a PF, cumpriu apenas 30% do contrato de fato. Ou seja, somente 30% dos medicamentos chegavam na TI Yanomami.

Assim, crianças enfrentaram e ainda enfrentam surto de verminose e morrem de malária devido à falta de tratamento.

Fonte: Da Redação

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