Projeto de Lei
Ao que tudo indica, os dois contratos bilionários da Fundação de Meio Ambiente (Femarh) ainda vão dar muito o que falar. Os deputados Soldado Sampaio (Republicanos) e Aurelina Medeiros (Progressistas) apresentaram um projeto de Lei para sustar os contratos. Sustar, ou seja, retirar a eficácia de um contrato, é uma prerrogativa do Poder Legislativo quando identifica irregularidades que podem acarretar prejuízos ao Estado e ao povo.
Votação
O projeto foi colocado em pauta nesta terça-feira (3) na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), mas o obediente e conivente deputado Coronel Chagas (PRTB) pediu vistas. Ou seja, depois de todas as comprovações e de todo esse valor de R$ 3 bilhões de contratos em uma fundação que nem sequer funciona para proteger o meio ambiente em Roraima, coronel Chagas ainda precisava de tempo para aprovar o cancelamento desse chamamento público repleto de irregularidades. Até a própria Procuradoria Geral do Estado sugeriu a anulação. Apenas Chagas, o líder do Governo, achou que não havia motivos ainda para fazer o que é certo. Se até Aurelina, que é da base governista e do partido do governador Antonio Denarium, pediu para anular o contrato, então por que Coronel Chagas queria manter?
Contrato cancelado
Os problemas identificados nos contratos são tão relevantes, que o novo presidente da Femarh, Wagner Severo, mal assumiu o órgão e já cuidou de anular o processo. Ele considerou as recomendações da Procuradoria e os esdrúxulos erros como o tipo de contratação. O processo deveria ter sido uma concorrência pública. Mas ocorreu por mei ode chamamento público. E tem ainda várias outras aberrações, como o próprio valor dos contratos que podem chegar a R$ 3 bilhões. E, depois disso, o lucro da empresa contratada poderá chegar a R$ 100 bilhões. A própria instituição que fez o contrato entendeu que precisava ser cancelado, menos o subserviente deputado Coronel Chagas.
Interesses
A manobra do deputado parece mais uma demonstração de que ele está na Assembleia não para representar e lutar pelos interesses de seus eleitores, mas apenas pelos seus próprios interesses. Antes mesmo de se tornar o líder do Governo, ele já apoiava de olhos e ouvidos fechados todos os absurdos que saíam do Palácio Senador Hélio Campos para a Casa Legislativa. Como por exemplo, o empréstimo de R$ 805,7 milhões que vai endividar o Estado por 10 anos. Mas o parlamentar tem seus próprios interesses. Agora, por exemplo, está trabalhando para reeleger a esposa Aline Rezende como vereadora. E, jamais ele deixaria ser contra um pedido do governador para pedir vistas em um contrato de R$ 3 bilhões. Qual é interesse?
Confusão
Certamente, o deputado Coronel Chagas está confundindo o trabalho de líder com subserviência. Ele precisa sim defender o Governo quando o assunto é de interesse da população e para o bem de todos. Mas, defender a manutenção de dois contratos repletos de irregularidades, aí já é demais!
Não pagou
Quem não está nada satisfeito é o marketeiro que trabalhou na pré-campanha de Nicoletti. O profissional foi contratado, fez o serviço e não recebeu. Agora, para não ficar no prejuízo vai ter que acionar a Justiça, assim como o ex-funcionários do partido fizeram.