Onde está o dinheiro da saúde?

Em 2018, Antonio Denarium prometeu transformar a saúde pública do Estado. Hoje, pacientes têm que levar ventilador para o novo bloco do HGR se não quiserem passar mal de tanto calor

Onde está o dinheiro da saúde?
Secretária de Saúde Cecília Lorezon e o governador Antonio Denarium – Foto: Divulgação/Secom-RR

Supersalários

A organização da Saúde Estadual é um problema grave que o atual – e reeleito – , governador Antonio Denarium (PP) ainda não resolveu. Na propaganda, as coisas funcionam muito bem. Mas na prática, quem precisa do atendimento, vive a condição do descaso. Na última semana, a justiça agiu e mandou fechar uma das torneiras de derrame de dinheiro da Sesau: os supersalários de médicos. Conforme o MPRR, há profissionais que ganham mais de R$ 90 mil por mês. Valor que está bem acima do teto constitucional do Estado que atualmente, é de R$ 35.462,00.

O Governo nunca reclamou de pagar essa conta

Não faz tanto tempo que a Cooperativa de Médicos que fornecia a mão de obra para o Governo do Estado foi alvo de uma grande investigação na Operação Hipócrates, que constatou diversas irregularidades. Conf0rme a justiça, o esquema resultou em prejuízo de mais de R$ 30 milhões para a saúde pública de Roraima. E apesar de apenas alguns terem sido apontados como os responsáveis pelo esquema, é válido lembrar que o Estado pagava os plantões e supersalários sem reclamar de nada. O que leva a crer que alguém, de alto escalão, concordava com os valores.

Quem mais ganha?

E mesmo com a Cooperbras investigada, o pagamento de supersalários para profissionais de saúde continua. O que nos leva à pergunta: será que alguém mais ganha com esse esquema? Ao que tudo indica, sim. Porque os supersalários são devidamente reconhecidos, autorizados e pagos. Um alto investimento que sai do bolso do contribuinte e que custa ainda mais caro quando esse mesmo cidadão precisa ficar anos numa fila de cirurgia eletiva ou ainda esperar meses por uma consulta quando alguns profissionais recebem benefício com os supersalários.

O que esperar de uma gestão corrupta?

É exigir muito que a Saúde pública estadual seja administrada de forma correta e oferecendo qualidade para a população quando a própria gestora da pasta recebe gordos salários de duas fontes diferentes. A senhora secretária da Saúde, Cecilia Lorezon já foi alvo de diversas denúncias por ter um salário na Sesau e outro, bem gordo, no Conselho de Administração da CERR. Dessa forma, se não existe o mínimo de ética por parte da própria gestora, é impossível cobrar isso de outros profissionais. Aliás, Cecília dos salários milionários recebeu medalha de homenagem de Antonio Denarium recentemente. Deve ser algo muito honroso mesmo acumular riqueza de forma imoral e às custas do povo.

Se não quiser morrer de calor…

A orientação vem dos próprios atendentes do Hospital Geral de Roraima: “Se você não quiser morrer de calor, traga o seu ventilador de casa”. Isso acontece porque o sistema de refrigeração do Bloco Anchieta Junior, inaugurado pouco antes das eleições, não está funcionando. Agora, quantas centrais de ar o senhor governador Antonio Denarium poderia arrumar com um dos dois salários que paga para a secretária titular da Sesau? Dinheiro tem, continua faltando gestão.

Também falta gestão na Caer

Por falar em falta de gestão, não podemos deixar de falar da Caer. A empresa abarcada por Mecias de Jesus desde o início do governo Denarium. Toda semana tem reclamação de falta de água, bem como de esgoto estourado. Problema esse que afeta maioria dos bairros da capital. No entanto, mudança não há. Onde estão aqueles R$ 61 milhões de aporte financeiro que Denarium enviou para a Caer? Porque não investe na estrutura? Mas é claro que não, né? Só se beneficiar o todo poderoso sensdor.

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